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Segunda-Feira, 11/11/2013 Premissas para um modelo de Liability Driven Investment – LDI Daniel Pereira da Silva
Segundo a norma vigente (Resolução CMN 3792/09 e suas alterações) no que tange à gestão de investimento, as entidades fechadas de previdência complementar - EFPC devem adotar regras, procedimentos e controles internos específicos, em consonância com o seu porte, a complexidade, a modalidade e a forma de gestão de cada plano, observadas, ainda, as particularidades e modelagens desses planos.
Neste sentido, o Guia de Melhores Práticas de Investimentos publicado pela PREVIC foca quatro tópicos essenciais, quais sejam, a macroanálise, a política, a gestão e avaliação dos riscos e controles diversos. No primeiro tópico, macroanálise, há uma referência para a importância da avaliação conjuntural do investimento, desde os cenários de médio e longo prazos, conjugados a estudos de ativos e passivos, em consonância com o artigo 12 da Resolução CMN 3792/09: Art. 12. A EFPC deve gerenciar os ativos de cada plano de forma a garantir o permanente equilíbrio econômico-financeiro entre estes ativos e o passivo atuarial e demais obrigações do plano. Neste sentido, até então, as EFPC no Brasil vinham adotando experiências de Asset Liability Manangament ou Modeling – ALM, ou gerenciamento de ativos e passivos, como forma de estudo prévio para a gestão e políticas de investimentos, porém, segundo indica pesquisa do Raio X da ABRAPP de 2013 divulgada no 34º Congresso em Florianópolis-SC, sem uma periodicidade definida. Contudo, a constante mudança do cenário demográfico, bem como a dinâmica dos mercados financeiro e de capitais, vêm exigindo uma a revisão periódica desses estudos, inclusive, cada vez mais voltados para a realidade subjacentes das massas populacionais vinculadas aos planos de benefícios. No Brasil, excepcionalmente, devemos lembrar a grande oportunidade que vislumbramos com os títulos emitidos pelo Tesouro, diferentemente da realidade de outros países. Por outro lado, o modelo de Liability-Driven Investment – LDI ou investimentos orientados pelo passivo, vem sendo muito usado nos EUA e Europa, como forma de redução de volatilidade entre ativos e passivos. Até mesmo para os planos com baixo grau de solvência, o LDI tem sido adotado como política para apenas uma parcela do portfólio, uma vez que o restante do portfólio é direcionado a obter um melhor retorno, até que determinado nível de solvência seja atingido. O LDI tende a ser indicado para a prática e o monitoramento dos investimentos em ambiente de gestão baseada em riscos, sendo seu principal objetivo perseguir uma “meta” de solvência do plano do plano de benefícios, considerando a mudança (avanço) da fronteira eficiente, segundo o modelo de Markovitz, por meio da orientação analítica e centrada no passivo. À luz da boa prática atuarial e de investimentos, estratégias de LDI devem envolver as seguintes premissas, observando cada etapa demonstrada abaixo: § preliminarmente, e considerando a legislação previdenciária vigente, a realização de Teste de Aderência e Adequação das hipóteses atuariais; § identificação, avaliação e quantificação dos riscos do passivo e fluxos (prioritariamente realizados pelo atuário), por meio de estudos estocásticos, com análise de sensibilidade das hipóteses e a duration do passivo; § identificação de qual a tolerância a risco, objetivos e requerimentos pelo modelo e normatização. Na construção do modelo, são feitos stress tests, verificando a reação do portfólio idealizado em diversos cenários; § formulação de estratégia, de modo a reduzir a volatilidade do retorno dos investimentos, com a mudança da fronteira eficiente, considerando a duration do passivo; § implementação da estratégia; § reavaliação do passivo e reestruturação da estratégia, no mínimo, anualmente ou quando ocorrer mudanças (demográficas, econômico e financeiras). Por fim, vale ressaltar que estratégias de LDI, podem ser entendidas como uma visão holística e uma excelente forma de hedge, podendo ser uma peça de significativa relevância dentro de uma concepção de políticas e gestão de investimentos. Daniel Pereira da Silva - Atuário, graduado pela UFRGS, com Pós-Graduação em Gestão de Seguros e Previdência Privada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. É Diretor Comercial e de Mercado da GAMA Consultores Associados. |
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