Segunda-Feira,  09/04/2012

Smartphones, comunicação e Previdência Complementar

Eliane Miraglia e Nivaldo Cândido de Oliveira Jr.

Comportamento social pode ser um tema bastante curioso, considerando a mudança de hábitos na linha do tempo. O nível de intimidade e relacionamento com um aparelho celular, por exemplo, é uma marca que estampamos para sempre na linha evolutiva da humanidade, principalmente a partir do século 21.

Afinal, as estatísticas são inquestionavelmente relevantes: a Intel[1], em pesquisa com usuários de smartphones – celulares com funções de computador – revelou a curiosa interdependência entre ser humano e máquina.

Nosso lado humano, entretanto, ainda se derrete e se rende quando, na disputa por atenção, o celular precisa competir com o chocolate: 63% dos entrevistados não resistem ao apelo paladar.

Complexidade em diferentes níveis e categorias Em uma experiência de vida em que tudo muda o tempo todo no mundo, a tecnologia é um instrumento que nos ajuda a cartografar tantas novidades, tantas expressões de ser e formas de existir. Avaliação realizada pelo Databerje, instituto de pesquisa da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE) registrou como jovens universitários dos cursos de economia e administração buscam informações institucionais nas redes sociais. Segundo a ABERJE, 46% dos entrevistados apontam relatórios e balanços corporativos como meio mais valorizado para obter dados[2].

A mesma matéria mostra que as empresas estão cada vez mais atentas aos novos comportamentos. Dados que circulam nas redes sociais podem mudar até mesmo o destino de negócios tradicionais em função de sua relevância estratégica. Envolvida com a revolta de 18 mil trabalhadores na construção de uma hidrelétrica em Rondônia, a Camargo Correa “utilizou as redes [sociais] para descobrir quem precisava de apoio no meio da confusão. Muitos dos que estavam no canteiro de obras usavam o celular para colocar informações no Twitter, em blogs e portais de jornais de Porto Velho (RO)"[3].

O volume de informações que circula nas redes sociais é incalculável. Por isso, desde 2006 O Boticário contratou uma empresa especializada para monitorar as informações sobre a marca presentes em fotologs, blogs, fóruns e sites de compartilhamento de vídeos. “O resultado da atuação nas redes sociais se manifesta a médio e longo prazo, em sua imagem e em seu relacionamento com o público. Trata-se de um processo que exige muita presença, frequência e transparência”[4].

Educação Previdenciária nas redes sociais O maior desafio para compatibilizar a Educação Previdenciária às redes sociais é a simplificação da linguagem e dos conceitos que integram esse Sistema e que tanto favorecem projetos de vida de longo prazo, em um tempo em que as pessoas – especialmente as mais jovens – vivem mais, muito mais. E precisam também de muito mais proteção durante todas as etapas de suas vidas.

Há ainda o desafio de mostrar a importância das escolhas inteligentes, sustentadas e interdependentes em qualquer projeto de vida. Há o desafio de mostrar como um Plano de Previdência Complementar pode – por meio de operações com participantes – mostrar caminhos para a realização de sonhos e o aproveitamento de oportunidades que surgem na vida de todos nós.

Talvez estejamos na contramão do movimento da motivação e da imaginação, ao associarmos Previdência Complementar somente aos números. Precisamos associar o conceito a ideias, soluções, evolução, interdependência, sustentação e sustentabilidade. Talvez assim, possamos multiplicar a presença da Educação Previdenciária em blogs, fotologs, microblogs, fóruns, e todas as modalidades de relacionamento que as redes sociais nos oferecem.

O geógrafo inglês e professor da Universidade da Cidade de Nova York, David Harvey, em seu livro Condição Pós-Moderna, afirma que as transformações acontecem em resposta às necessidades sociais.

No Brasil, somente 8% da população possuem planos de Previdência Complementar. Em cenários econômicos de otimismo, diante da iminente aprovação da Funpresp – a Previdência Complementar dos servidores públicos – é natural que a demanda por informações qualificadas em Educação Previdenciária aumente.

É natural também que os profissionais do Sistema precisem ampliar suas capacitações e competências comunicacionais para aproveitar as oportunidades de ser, estar e se expressar com propriedade em todos os canais de comunicação e relacionamento.

[1]http://tecnologia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/04/05/estudo-indica-que-40-dos-usuarios-leva-smartphone-ao-banheiro-80-dormem-com-ele.jhtm)
2 CASTRO, G., ALVES, I. Troca de ideias valoriza marca Revista Valor Setorial – Comunicação Corporativa, novembro de 2011, p. 9 - 14
3 Idem
4 Ibidem

Eliane Miraglia - mestre em Ciências da Comunicação, especialista em Gestão de Processos Comunicacionais e consultora de comunicação. Com Marisa Santoro Bravi, escreveu A importância dos valores para a construção de novos paradigmas sociais, disponível para leitura em http://biblioteca.abrapp.org.br/default.html

Nivaldo Cândido de Oliveira Jr. – engenheiro e administrador de empresas, professor universitário, diretor da Suporte Consultoria e Treinamento www.suporteconsult.com.brfacebook