Com fim da
incerteza eleitoral, 67% passaram a esperar melhora nos negócios, aponta
pesquisa
O fim da incerteza eleitoral injetou otimismo nas empresas brasileiras e
levou, em outubro, o indicador que mede a expectativa com os negócios ao maior
nível desde junho de 2014, aponta, em relatório, a IHS Markit, empresa de
informações. A confirmação da vitória de Jair Bolsonaro (PSL) aumentou a
confiança na atividade das empresas e também teve influência positiva em suas
perspectivas de receita, lucro, empresa e investimento, mostra o documento.
“O sentimento é o mais intenso em nível global, com melhoras evidentes
nos setores de indústria e serviço”, indica o relatório.
A injeção de
confiança é baseada na percepção de que o novo governo eleito vai gerar
estabilidade monetária, econômica e política.
No trimestre
encerrado em setembro, a taxa de desemprego no país recuou para 11,9%, com um
total de 12,5 milhões de brasileiros sem trabalho.
Além disso,
prossegue a economista, os planos das empresas indicam que os investimentos nos
negócios podem desempenhar um papel importante em fortalecer o crescimento.
Apesar do
otimismo, as companhias ainda identificam desafios, entre eles a desvalorização
do real, que pode elevar os preços de itens importados, dificultar os
investimentos e atrapalhar a evolução tecnológica do país.
Outras ameaças
citadas são os gargalos em infraestrutura, pressões concorrenciais e riscos de
veto de reformas pelo Congresso.
A inflação é uma
preocupação, com muitas empresas vendo aumento de preços por pressão de
combustíveis, materiais importados e do setor agrícola.
“Algumas empresas
também aumentaram a preocupação com relação ao poder de monopólio de produtores
de plástico e com a maior presença de produtos chineses no Brasil”, indica o
relatório. Por esses fatores, as companhias preveem aumentar os preços nos
próximos 12 meses.
Antes de ser
sentido pelas empresas, o efeito Bolsonaro já havia sido identificado no
mercado de capitais brasileiro.
O candidato era
visto como opção mais amigável ao mercado em
comparação com o risco de um governo Fernando Haddad, do PT. O otimismo
confirmado pela empresa no relatório já era patente no mercado financeiro.
A partir do
momento em que ficou evidente a vitória do capitão reformado, o dólar passou a
cair e a Bolsa voltou a subir. A desvalorização acumulada da moeda americana
desde setembro é de 8,2%, enquanto o Ibovespa avança 15,4%.
Otimismo nos mercados:
8,2% | é a queda
acumulada do dólar desde setembro
15,4% | é a valorização acumulada da Bolsa de SP no período
44% | era o percentual de empresas que, em junho,
esperaram melhora os negócios; índice foi a 67% em outubro, diz a empresa IHS
Marki
FOLHA DE SÃO PAULO