Ajuste é
contracionista no curto prazo, e ainda não há ambiente para investir
Mesmo que a reforma da Previdência seja aprovada neste
ano, é pouco provável que a economia brasileira encontre fôlego para deslanchar
em 2019.
Passada a euforia com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL), já há no mercado quem
espere crescimento abaixo de 2%, com a retomada mais forte, uma vez mais, sendo
empurrada para o próximo ano.
Até meados de
2018, economistas previam alta perto de 3% para o PIB (Produto Interno Bruto)
neste ano.
Aos poucos, no entanto, toma corpo a percepção de
que os efeitos positivos da reforma da Previdência sobre a confiança dos
agentes são incertos e não terão repercussão imediata sobre a capacidade de o
governo voltar a investir. Além disso, uma velha combinação de travas ao
crescimento ainda não se desfez.
Analisando os
componentes do PIB, especialistas ouvidos pela Folha explicam por que os
canais de aceleração da retomada seguem obstruídos.
No front externo,
uma expansão mais forte está descartada, dado que as exportações serão afetadas
tanto pela desaceleração mundial quanto pela queda dos preços de commodities.
O impulso poderia
vir dos investimentos, já que o setor teve um dos piores desempenhos durante a recessão,
caindo cerca de 30% entre 2014 e 2016. Mas aqui o prognóstico também não é bom.
FOLHA DE SÃO PAULO