“A época em que se
podia bater a meta atuarial sem a necessidade de se correr maiores riscos ficou
para trás”, afirmou Francisco Reis Júnior, Superintendente da Mongeral Aegon
Seguros e Previdência, na condição de um dos expositores, no 12º CONANCEP, durante três dias da semana passada,
da sessão plenária 4 sobre o tema “Os Desafios na Gestão de Fundos
de Pensão: Contábil, Atuarial e Investimentos”. E o pior, acrescentou
ele, “é que a queda dos juros, a volatilidade dos mercados e a crescente
longevidade formam uma tempestade perfeita que cai sobre a cabeça de nossos
gestores”.
Algumas consequências
decorrem disso, observou Reis Júnior, como a necessidade de uma gestão mais
ativa dos recursos e a quase obrigação de oferecer educação financeira e
previdenciária aos participantes, para acentuar neles a consciência de que
deles se espera uma maior participação na gestão do dinheiro. “O participante
também precisa ser responsável”, resumiu.
Citando muitos
números em sua apresentação, ele observou que, apesar da queda dos juros
induzir o investidor a alocar os seus recursos correndo mais riscos para
compensar o que deixou de ganhar na renda fixa, as entidades no Brasil ainda o
fazem em muito menor volume do que se observa no exterior.
Além de precisar
trabalhar mais e melhor com a gestão do risco, do sistema fechado de
previdência complementar é cobrado também tornar-se mais atrativo para os novos
públicos, ao atender as demandas surgidas no mercado. O lançamento de novos
produtos faz parte do esforço para atingir esse objetivo, como a oferta de
planos setoriais, ao qual se juntariam empresas e trabalhadores de um mesmo
setor ou segmento.
O primeiro plano
setorial a surgir foi o INDUSTRIAprev, instituído no formato CD em 2015 pelo
Centro das Indústrias do Estado de Santa Catarina, explicou outro expositor na
mesma sessão plenária, Ricardo Esch, Diretor de Investimentos da Previsc –
Sociedade de Previdência Complementar do Sistema Fiesc. Desde então já
aderiram 40 industrias catarinenses e mais de 1.500 trabalhadores. Mas o
potencial em SC é extraordinariamente maior, atingindo 55 mil empresas e 700
trabalhadores.
O patrimônio do fundo
setorial já é hoje de R$ 4,9 milhões.
Aderindo ao
INDÚSTRIAPrev, o participante tem acesso rápido e simplificado pela Internet a
todas as informações de seu plano. Consultas, acompanhamento da rentabilidade
dos fundos e impressão de extratos são apenas algumas das facilidades, explicou
Esch.
Ele apontou ainda a
necessidade de os fundos multipatrocinados terem uma clara estrutura de
governança, um cuidadoso planejamento estratégico, diretrizes organizacionais e
orçamentárias, estrutura de investimentos e controle de riscos.