O mercado financeiro reagiu mal a
posicionamentos do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) sobre privatizações e
reforma da Previdência, derrubando a Bolsa e levando o dólar de volta ao
patamar de R$ 3,75. No exterior, os mercados também tiveram um dia negativo,
com quedas ainda mais acentuadas em Wall Street.
A Bolsa brasileira recuou 2,79%, a 83.679
pontos, com destaque para a queda acentuada nos papéis das estatais. O volume
financeiro foi de R$ 14,7 bilhões, abaixo dos números dos últimos dias, mais
acima da média diária do ano, que é de R$ 11 bilhões.
Bolsonaro afirmou, em entrevista à TV
Bandeirantes terça à noite, ser contrário à privatização de ativos na área de
geração de energia elétrica, assim como gostaria de manter estatal o “miolo” da
Petrobras. Segundo o candidato, é possível “conversar” sobre privatização do
setor de distribuição de eletricidade, mas não dos de geração.
O deputado afirmou também ontem que não
pretende aprovar a reforma da Previdência proposta pelo governo Michel
Temer (MDB). “Eu, chegando lá, vou procurar o governo para aprovar
uma reforma da Previdência que tenha aceitação do Parlamento e a população
entenda como sendo justa e necessária”, disse.
Como resultado, as ações de empresas do setor
despencaram. A Eletrobras perdeu quase 10% nesta quarta. Já os papéis da
Petrobras recuaram perto de 3%, e os do Banco do Brasil, mais de 4%.
O dólar avançou 1,40% e fechou a R$ 3,7640.
No exterior, o desempenho foi misto: de 24 moedas emergentes, o dólar ganhou
força sobre a metade delas –o real, porém, liderou as perdas.
DINHEIRAMA