Em queda durante todo dia,
diante da percepção de que a reforma da Previdência pode demorar a ser votada
no Congresso, o Ibovespa (principal indicador da B3, bolsa paulista) acelerou
as perdas na reta final do pregão. A notícia de que a Vale teve suspensa sua
autorização para operar a barragem de Laranjeiras, que recebe os rejeitos de
produção da mina de Brucutu, a maior da mineradora em Minas Gerais, levou o
indicador a fechar em baixa de 3,74%, aos 94.635,57 pontos. Foi a maior queda
porcentual desde 28 de maio do ano passado, época da greve dos caminhoneiros.
Além da suspensão da licença
provisória da barragem, determinada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável (Semad), surgiram informações de que a mineradora
sabia de problemas nos sensores responsáveis por monitorar a situação da mina
do Córrego do Feijão dois dias antes do rompimento. Para completar, o Tribunal
Regional Federal da 1ª Região (TRF1) negou o pedido da empresa para retomar as
operações da mina de níquel Onça Puma, no Pará.
Diante da série de más
notícias, os papéis da companhia chegaram a ter a negociação interrompida, ao
registrarem queda de 4,05%, logo após a divulgação de fato relevante da
mineradora explicando a suspensão da licença. A ação fechou na mínima do dia,
com queda de quase 5% (4,88%).
Em meio ao maior ceticismo com
a reforma, alguns dos papéis do chamado Kit Brasil estiveram entre as maiores
quedas do pregão. Foi o caso de Banco do Brasil ON, que fechou com perda de
6,09%. Eletrobrás PNB caiu 4,08%. Entre as ações que fazem parte do Ibovespa,
apenas Suzano ON fechou em alta (+1,18%), influenciada pela valorização do
dólar.
O dólar teve a maior alta
ontem dos últimos 11 pregões e subiu 1,11%, para R$ 3,7049. O real registrou um
dos piores desempenhos no mundo ante a moeda americana, que se fortaleceu ante
divisas de países desenvolvidos e emergentes em meio a temores de nova
paralisação no governo dos EUA e da desaceleração da economia mundial. Por
aqui, preocupações com a tramitação da reforma da Previdência fizeram o
investidor buscar proteção no dólar.
Redação Dinheirama