PERSPECTIVA SEMANAL


Copom deve manter manutenção do tom cauteloso, apesar de avanços no cenário.

O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta quarta-feira em meio a sinais mistos da economia brasileira. 

Por um lado, há que pesam no balanço de riscos da inflação: o câmbio voltou a se valorizar, a atividade está dando sinais de desaceleração, a inflação corrente parece ter superado seu pico e as expectativas apresentaram uma ligeira queda. 

Esses fatores indicam progresso no processo de desinflação e reforçam parte do diagnóstico apresentado na última reunião.

Por outro lado, o cenário ainda exige cautela, e os avanços observados não justificam uma mudança de postura do Banco Central. 

A inflação corrente segue elevada, com o setor de Serviços pressionado acima de 6%, refletindo a resiliência do mercado de trabalho aquecido. 

Nesse contexto, tanto a inflação corrente quanto as expectativas seguem desalinhadas da meta, mantendo a necessidade de manutenção da política monetária em nível restritivo.

Nossa avaliação é que a Selic deve permanecer em nível elevado por mais tempo, com o Copom reforçando o discurso de vigilância. 

A autoridade monetária deve sinalizar que a convergência da inflação para a meta de 3% ainda exigirá cautela, afastando especulações sobre cortes de juros no curto prazo, em linha com o nosso cenário base. 

Portanto, o Copom deve reconhecer avanços importantes – refletidos na redução marginal na projeção para o horizonte relevante –, mas destacar que o processo de desinflação ainda não está consolidado e que a política monetária seguirá restritiva até que a expectativas estejam devidamente ancoradas. 

Nesse contexto, achamos que o Copom não deveria fazer alterações relevantes na sua sinalização.

Destaques da semana 

Estados Unidos: 
A semana será marcada pela decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) e pela divulgação de indicadores de atividade.
 
Segunda-feira (15): Manufacturing (setembro).

Terça-feira (16): VendasÍndice Empire  no Varejo (agosto); Produção Industrial (agosto); Preços de Importação (agosto); Confiança do Construtor NAHB (setembro); Índice de Atividade de Serviços do Fed NY (setembro).

Quarta-feira (17): Decisão de Política Monetária do FOMC; Novas Construções Residenciais (agosto); Concessões de Alvarás (agosto, preliminar).

Quinta-feira (18): Sondagem Industrial do Fed Filadélfia (setembro); Pedidos Semanais de Seguro-Desemprego; Indicadores Antecedentes (agosto).
 
Europa
 
O foco estará em diversos discursos de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), além de dados de inflação.
 
Segunda-feira: Discursos da presidente do BCE, Christine Lagarde, e de Isabel Schnabel (BCE).

Terça-feira: Pesquisa ZEW da Zona do Euro e da Alemanha (setembro); Produção Industrial da Zona do Euro (julho), discurso de José Luís Escrivá (BCE).

Quarta-feira: Discursos de Christine Lagarde, Joachim Nagel, Pablo Hernández de Cos, Mario Centeno e Piero Cipollone (BCE); CPI da Zona do Euro (agosto); CPI do Reino Unido (agosto).

Quinta-feira: Discursos de Christine Lagarde, Luis de Guindos, Isabel Schnabel, José Luís Escrivá e Joachim Nagel (BCE); Conta Corrente da Zona do Euro (julho);  Decisão de Política Monetária do Reino Unido.

Sexta-feira: PPI da Alemanha (agosto); Vendas no Varejo do Reino Unido (agosto); Confiança do Consumidor GfK do Reino Unido (setembro).
 
Ásia: 
 
O destaque será a divulgação de dados de atividade na China e de política monetária no Japão.
 
Segunda-feira: Vendas no Varejo da China (agosto); Produção Industrial da China (agosto).

Quarta-feira: Balança Comercial do Japão (agosto).

Quinta-feira: Pedidos de Maquinário do Japão (julho).

Sexta-feira: Decisão de Política Monetária do Banco do Japão (BOJ); CPI do Japão (agosto).
 
Brasil: 
 
A agenda doméstica terá como destaques a decisão de juros do Copom. A SulAmérica Investimentos espera manutenção da taxa Selic em 15,00%.
 
Segunda-feira: Relatório Focus; Balança Comercial Semanal; IBC-Br (julho).

Terça-feira: FGV CPI IPC-S (2ª semana de setembro); Taxa de Desemprego (julho).

Quarta-feira: Decisão de Política Monetária do Copom; IGP-10 (setembro).

 





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