Atividade econômica em maio fica abaixo das
expectativas do mercado.
Analistas
esperavam alta de 4,5% no índice calculado pelo BC, mas avanço foi de apenas
1,3%.
A atividade econômica da economia brasileira medida
pelo Banco Central ficou, em maio, abaixo das expectativas de analistas.
A mediana das estimativas de economistas
consultados pela Bloomberg era de uma alta de 4,5% do índice de atividade
econômica (IBC-Br) na comparação com abril, mas o resultado divulgado nesta
terça (14) mostrou uma variação de 1,3%.
A alta ocorre após dois meses de contração recorde
do indicador, resultado da paralisação econômica provocada pela pandemia no novo
coronavírus.
Na comparação com maio do ano passado, houve recuo
de 14,24%—superior ao projetado por analistas, que esperavam um recuo de 11,7%
nessa base de comparação.
Considerando o acumulado nos últimos 12 meses, o
resultado é de queda de 2,08%.
A recuperação fraca observada em maio e as
expectativas para junho levaram o MUFG (Mitsubishi UFJ Financial Group) a
calcular uma retração de 12% no segundo trimestre deste ano em relação ao
primeiro.
O BC revisou a queda observada em abril de 9,73%
para 9,45%, maior oscilação negativa de toda a série histórica do IBC-Br,
iniciada em 2003. Em março, a queda havia sido de 6,14%.
O
mês de maio já registrou algum retorno da produção econômica, embora ainda em
níveis insuficientes para recuperar as perdas anteriores, conforme as medidas
de isolamento social começaram a ser gradualmente flexibilizadas.
No
mês, a produção industrial do Brasil aumentou 7%, mas
ficou longe de reverter a queda de 26,3% acumulada nos meses de março e abril.
As vendas no varejo registraram aumento recorde em maio, de
13,9%, mas a recuperação não foi suficiente para compensar as perdas
registradas nos dois meses anteriores. Já o setor de serviços segue em retração.
O
Ministério da Economia deve divulgar nesta semana novas estimativas para o PIB
deste ano.
Até o momento, a projeção é de retração de 4,7%, percentual inferior
ao estimado pelo BC (-6,4%), pelo FMI (-9,1%) e analistas de mercado (-6,1%,
segundo a pesquisa Focus mais recente).
FOLHA DE SÃO PAULO