Aposentado que trabalha é alvo de inveja


Muita gente quer ter uma boa renda mais para o fim da vida ­ ou vai precisar dela­, mas acontecimentos imprevistos frequentemente frustram esses planos.


No passado, alguém que trabalhava mesmo depois de aposentado era motivo de pena. Hoje, é motivo de inveja. A imagem da aposentadoria na cadeira de balanço foi destruída, tanto pelo desejo de continuar trabalhando, quanto pelas terríveis realidades que afetam as economias para a aposentadoria. Muitos americanos querem continuar trabalhando depois dos 65 anos se estiverem fisicamente aptos e os patrões permitirem. Em um estudo feito pelo Bank of America Merrill Lynch (BofA) em 2014, "baby boomers" disseram esperar que 17% do financiamento de suas aposentadorias viriam dos rendimentos do trabalho.


Esse número cresceu para 26% para a Geração Y, também conhecida como Millennials. Mas um número crescente de pesquisas torna claro que o fato de contar com a renda a ser ganha na aposentadoria é algo arriscado. A última evidência indesejada, levantada pela seguradora Bankers Life entre baby boomers de renda média, não é totalmente lúgubre, mas serve como uma comprovação dessa realidade ­ cerca de mil baby boomers de renda média e 2,3 mil baby boomers aposentados, com idades entre 51 e 69 anos, foram consultados (a renda média é definida como algo entre US$ 25 mil e US$ 100 mil em renda familiar anual). Muitos trabalhadores de classe média não vão trabalhar pelo tempo que gostariam, o que coloca em risco seus planos de previdência.


Os 28% de baby boomers aposentados ouvidos pela pesquisa, que estão ou já estiveram empregados após a aposentadoria, com frequência ganham bem menos do que no emprego anterior, com perto de 75% deles afirmando que a remuneração por hora é "bem menor" do que antes. Por outro lado, pessoas da área de serviços profissionais que podem trabalhar com consultoria em meio período sempre acabam tendo bonificações na aposentadoria, afirma o planejador financeiro Michael Kitces.


Seus clientes ricos sempre ficam entediados depois de 6 a 18 meses e assim têm carreiras após a aposentadoria com as quais não podem contar. Enquanto na pesquisa da Bankers Life 60% das pessoas disseram querer se aposentar aos 66 anos ou depois (ou nunca), um estudo do Merrill Lynch Bank of America mostra 64 anos como a idade de aposentadoria real para os homens. Um estudo anterior, voltado para a idade média de aposentadoria, constatou que desde 1991 ela está parada nos 62 anos. Parte do motivo de mais trabalhadores não estarem fazendo a transição para empregos pós­aposentadoria é que muitas empresas não estão preparadas para acomodar horas de trabalho flexíveis, segundo um estudo recente do Transamerica Center for Retirement Studies. Mas são as questões relacionadas à saúde que realmente frustram os planos de muitos profissionais de classe média de trabalhar depois da aposentadoria.


E a parte da pesquisa da Bankers Life que não é totalmente sombria? A maioria dos 28% de baby boomers de classe média aposentados que estão trabalhando ou trabalharam em empregos remunerados após a aposentadoria disse que não faz isso porque a situação financeira os força, mas, sim, porque eles querem trabalhar. Um dinheiro extra é bom, afirmam eles, mas permanecer mentalmente alerta também é, assim como se manter ativo, ter um sentido de missão, além de permanecer em contato com os colegas.   (Valor)


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