QUEDA DAS BOLSAS


O temor de uma recessão global fez com que as principais Bolsas mundiais tombassem mais de 3% nesta quarta-feira (14). No Brasil, o dólar superou R$ 4. 

Para conter a disparada, o BC (Banco Central) anunciou a venda de dólar no mercado à vista pela primeira vez em dez anos, indicando que está disposto a reduzir o volume de reservas internacionais para acalmar investidores.

O motor da aversão a risco (quando investidores decidem se desfazer de aplicações mais instáveis em busca de ativos seguros) foi acionado pela divulgação de dados econômicos decepcionantes da China e da Alemanha —respectivamente, segunda e quarta economias do mundo. 

No país asiático, o mercado foi pego de surpresa com um crescimento abaixo do esperado em vendas no varejo e produção industrial. 

Por sua vez, o PIB (Produto Interno Bruto) alemão encolheu 0,1% no segundo trimestre ante os primeiros três meses do ano. O país está à beira da recessão.

Na prática, investidores encontraram novos indícios de que a guerra comercial travada há mais de um ano entre Estados Unidos e China efetivamente causa danos a economias de outros países.

O dia foi marcado por movimento atípico: pela primeira vez desde 2007, os juros dos papéis do governo norte-americano com vencimento em dez anos ficaram abaixo da remuneração dos títulos com prazo de dois anos. 

O normal é que ocorra exatamente o inverso: que os juros sejam mais altos nos títulos com vencimentos de prazos mais longos, e mais baixo nos de curto prazo 

Juro de longo prazo a uma taxa menor é um sinal de que o mercado prevê que a economia crescerá menos no futuro distante do que no presente. 

Traduzindo: investidores estão prevendo uma recessão.

Nas últimas cinco décadas, quase todas as vezes em que essa inversão foi registrada nos Estados Unidos, esse movimento precedeu uma contração da atividade na maior economia do mundo. 

Em outras nações desenvolvidas, como Reino Unido, a sintonia entre juros e taxa de crescimento do PIB também tem sido frequente.



FOLHA DE SÃO PAULO
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