'Capitalização só
com contribuição do trabalhador não para em pé', diz relator. Moreira diz ser
necessário que empregador também pague para a aposentadoria do trabalhador.
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O relator da
reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), disse, nesta
quinta-feira (9), que um regime de aposentadorias de capitalização apenas com
recursos depositados pelo trabalhador não é viável.
“Eu acho
que há quase que uma unanimidade do ponto de vista que a capitalização só
com a contribuição do indivíduo não para em pé”.
Moreira acredita
ser necessário que o empregador também pague para a aposentadoria do
trabalhador.
A proposta de reforma da Previdência enviada pelo
presidente Jair Bolsonaro (PSL) prevê a possibilidade de contribuição patronal,
mas não há a obrigação para o pagamento desses recursos.
O relator avalia
que, somente com a parte do empregado, há risco de o trabalhador não poupar o
suficiente para a aposentadoria.
“Estamos estudando
essa parte”, afirmou o relator ao ser questionado se incluiria a
obrigatoriedade da parcela do patrão.
No sistema de
capitalização, cada trabalhador faz a própria poupança para bancar a
aposentadoria. O ministro Paulo Guedes (Economia) defende a troca do atual
modelo —o de repartição – pela capitalização.
Pelo regime de
repartição, os trabalhadores da ativa contribuem para a Previdência e esses
recursos são usados para pagar as aposentadorias de quem já saiu do mercado de
trabalho.
Guedes já se
posicionou contra a ideia de que o empresário também pague para a aposentadoria
do empregado. Em audiências públicas no Congresso, o ministro cita que o Chile
teve uma forte geração de empregos quando implementou uma capitalização sem a
parcela do empregador.
A
oposição, no entanto, critica o caso chileno, argumentando que o regime de
capitalização não funcionou nesse modelo no país.
Apesar da postura de
Guedes, integrantes da equipe econômica defendem que o empregador também tem
que contribuir.
Nesta quinta, a
comissão especial da reforma da Previdência se reuniu novamente para debater o
tema com especialistas contrários e favoráveis à proposta.
FOLHA DE SÃO PAULO