Dados do BC mostram que contágio é mais rápido no Brasil, diz Paulo
Guedes.
Para ministro da Economia, Brasil
precisa se defender antes, durante e depois da crise.
O ministro da
Economia, Paulo Guedes, conta que ganhou na terça-feira (11) uma missão política do presidente Jair Bolsonaro: ir
ao Congresso para pacificar a relação entre governo e parlamentares.
Horas antes, eles haviam derrubado o veto do presidente à ampliação do BPC, benefício ao idoso carente, criando uma despesa
adicional anual de R$ 20 bilhões à União.
Era uma derrota fragorosa, fruto da disputa em torno do Orçamento impositivo.
"Fui ao Congresso naquele dia numa missão eminentemente política.
Não fui para apresentar nada sobre coronavírus",
diz Guedes.
Na reunião, o ministro foi surpreendido
por uma informação: projeções do Banco Central mostravam que a velocidade de
contágio no Brasil era mais veloz do que em outros países, inclusive China.
"Foi alarmante", diz Guedes.
O ministro, então, criou um grupo
para monitorar o avanço do efeito do coronavírus sobre a economia e apresentar
medidas. E insiste que o Congresso precisa fazer a sua parte.
"O baque do
coronavírus é temporário. A China já está se recuperando. Eu preciso estar
preocupado com o reforço das nossas defesas durante e depois da crise",
disse.
Guedes falou à Folha na manhã
deste domingo (15).
À noite, após participar das manifestações, Bolsonaro deu entrevista
ao canal CNN, chamando de "extremismo" e
"histeria" medidas que estão sendo adotadas para conter a doença.
FOLHA DE SÃO PAULO