O Brasil tem
hoje mais de 47 milhões de beneficiários de planos de saúde. Às vésperas da
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinar o teto para o reajuste
anual dos planos individuais - que correspondem a quase 20% do total de
usuários no país - o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga
estudo com a evolução dos preços dos planos de saúde entre os anos 2000 e 2018.
Com base em dados do IBGE e da ANS, o
trabalho conclui que a taxa de inflação dos planos de saúde individuais chegou
a 382% em 18 anos, bem superior à inflação geral de 208% registrada pelo IPCA.
A diferença é ainda maior em relação ao IPCA
Saúde, que registrou inflação de 180% no mesmo período, excluídos os reajustes
de planos de saúde e cuidados pessoais. Em função do aumento do desemprego e da
queda da renda, nos últimos quatro anos, mais de três milhões de pessoas
deixaram de ter planos de assistência médica.
Recentemente, a ANS aprovou uma nova
metodologia para o reajuste dos planos individuais e familiares, mas o estudo
do Ipea questiona se o novo método será eficaz, em especial, se evitará o
aumento continuado dos planos de saúde e se reduzirá a judicialização, uma vez
que deixou de fora os planos coletivos. Esses planos – que respondem por 80%
dos usuários - não têm reajuste definido pela ANS, uma vez que o índice é
determinado a partir da negociação entre a pessoa jurídica contratante e a
operadora de plano de saúde.
O ESTADO DE SÃO PAULO