Oposição prepara voto contra reforma da Previdência na CCJ. Além
do relatório paralelo, deputados planejam arsenal para atrapalhar a votação da
PEC,
A oposição na
Câmara planeja apresentar um voto paralelo ao do relator da reforma da
Previdência.
Freitas deve
entregar, nesta terça-feira (9), um parecer recomendando à CCJ a aprovação do texto enviado
pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Para enfrentar o governo,
partidos de oposição já preparam um relatório alternativo ao de Freitas,
opinando pela derrubada total ou parcial da reforma. Assim, o grupo tentaria,
com apoio de dissidentes de siglas independentes ao governo, desidratar parte
da proposta já na primeira votação do texto.
O relator, no
entanto, continua
confiante e acredita que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição)
será aprovada na CCJ por 40 votos ou mais. A comissão é a primeira etapa para
que o Congresso aprove a reforma da Previdência. Nesta fase, os deputados
analisam apenas se a proposta fere ou não princípios da Constituição.
“Se a discussão
fosse técnica, nós conseguíamos superar com tranquilidade. Nosso trabalho está
sendo técnico. Mas, por trás disso, há uma discussão política, em que vários
deputados naturalmente vão tentar construir um discurso retórico de
desacreditar a reforma”, disse o relator.
Deputados
contrários à reforma da Previdência devem se reunir nesta terça (10), antes da
sessão da CCJ, para finalizar a estratégia. Além do relatório paralelo, a
oposição também planeja um arsenal para atrapalhar a votação da PEC, prevista
para a próxima semana. Requerimentos de obstrução e pedidos para suprimir
alguns trechos da proposta podem ser usados.
Líderes que representam a maioria da Câmara
já se posicionaram contra o novo modelo de BPC (benefício pago a
idosos carentes), de aposentadoria rural e os dispositivos que retiram da
Constituição regras de aposentadorias.
FOLHA DE SÃO PAULO