Uso
de imóvel como garantia de mais de um empréstimo requer mudança na lei
Bancos e governo não sabem como usar
o mesmo bem como caução em mais de um crédito
Para
incentivar e baratear a concessão de crédito no Brasil, o Banco Central e o
Ministério da Economia estudam maneiras de ampliar o uso do empréstimo com imóvel como garantia (o chamado
home equity).
A ideia é permitir que uma mesma propriedade seja dada como
caução em mais de um financiamento, inclusive em bancos distintos.
Hoje,
um imóvel quitado pode ser garantia de apenas um empréstimo, até sua
liquidação, e em apenas um banco por vez.
A mudança requereria alterações na
lei de alienação fiduciária e a criação de mecanismos para o compartilhamento
de garantias.
De
acordo com fontes envolvidas na mudança do home equity, o estágio de discussão
ainda é inicial, sem definição de como será o compartilhamento de garantia na
prática
“A divisão de
garantia foi uma novidade para os bancos, mas a possibilidade de mais de um
empréstimo é uma boa ideia”, diz Cristiane Portella, diretora do Itaú Unibanco
e presidente da Abecip (Associação Brasileira de Entidades de Crédito
Imobiliário).
“A medida é positiva, mas não sabemos
ainda como será feita. É necessário uma centralização da garantia, como foi
feito para recebíveis. E isso ainda não está desenhado”, diz Paulo Duailibi,
superintendente de negócios imobiliários do Santander Brasil.
Uma
das alternativas para a câmara de garantias é a B3, que incorporou a Cetip
(Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados).
Nela, são
registrados os financiamentos de veículos, para que eles não sejam alienados
mais de uma vez.
Segundo George Sales, professor da Fipecafi, a
operação reversa também é possível.
FOLHA DE SÃO PAULO