Novos riscos e dados frustrantes aumentam desafio para investidor
Coronavírus e economia fraca tiram
ímpeto da Bolsa, e analistas veem ano complexo para aplicações
Em pouco mais de um mês, riscos internacionais e domésticos mudaram o cenário positivo que a Bolsa de Valores
brasileira vivia.
O Ibovespa —que se valorizou em 32%
em 2019 e ganhou outros 2,53% já no primeiro dia de pregão deste ano — chega ao
meio de fevereiro com queda de 1% no ano. Já o dólar, que subiu 4% em 2019, acumula quase o
dobro de avanço em pouco mais de 40 dias.
O ano que era tido para as corretoras
como de otimismo e de recuperação dos principais indicadores econômicos do país,
com inflação controlada e juros em mínimas históricas, passou a ser
descrito com afirmações menos calorosas e mais cautelosas.
Um dos motivos são os dados econômicos do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) para dezembro, que vieram piores do que o
esperado pelo mercado.
O IBC-Br
(Índice de Atividade Econômica do Banco Central) caiu 0,27% em dezembro.
No
ano, avançou 0,89%, após expansão de 1,34% em 2018. O boletim Focus esperava
alta de 1,12%.
Para
se proteger dos riscos, especialistas recomendam diversificar todos os tipos de
investimento, tanto renda fixa quanto variável.
Dentre as opções com menos risco e ganho real (acima da
inflação) estão títulos de dívidas privadas (debêntures), CRIs (certificado de
recebíveis imobiliários) e CRAs (certificado de recebíveis do agronegócio).
Já
os ETFs (fundos baseados em determinados índices de ações, com cotas negociadas
em Bolsa) e os fundos multimercado e de ações oferecem mais retorno, porém são
mais arriscados.
Para especialistas, contudo, eles são preferíveis ao
investimento direto em ações, pois são geridos por profissionais.
FOLHA DE SÃO PAULO