Nos últimos anos, com o aumento desenfreado na
conta do plano de saúde, as empresas que concedem o benefício aos seus
funcionários trocaram de operadora, reduziram a rede credenciada ou aumentaram
a coparticipação para controlar essa despesa.
No entanto, são medidas
paliativas porque a conta do convênio médico volta a subir.
Neste ano, a
estimativa é que o plano de saúde empresarial tenha um reajuste médio de 17%.
Diante desse cenário, empresas como Ambev –
Fundação Zerrenner, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, GE, McDonald’s, Pirelli e
Santander passaram a gerenciar diretamente a saúde dos seus funcionários e
respectivos dependentes.
As companhias que conseguiram ir na contramão do
mercado têm em comum algumas práticas.
Por exemplo: investem em atenção primária,
têm ambulatórios próprios, fazem gestão de dados da saúde dos funcionários,
criaram convênios médicos com uma rede credenciada modelada conforme as
necessidades de seus empregados, investem em programas de saúde e, não raras às
vezes, arcam com procedimentos médicos de alto custo que não estão cobertos
pelos planos de saúde.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é uma
das principais apoiadoras das companhias que assumiram a gestão do plano de
saúde.
“As empresas são as pagadoras e, portanto, faz sentido elas gerenciarem
o plano de saúde que é o segundo maior custo do RH, atrás apenas da folha de
pagamento.
Já há um grupo de empresas fazendo esse trabalho. No ano passado,
1,5% dos contratos de planos empresariais tiveram reajuste negativo”, disse Leandro
Fonseca, presidente da ANS.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem
desde o ano passado um grupo de trabalho formado por 68 fabricantes que tratam
especificamente do tema plano de saúde.
Segundo Emmanuel Lacerda, gerente
executivo de saúde e segurança do trabalho do SESI, braço da CNI, um dos
avanços deste grupo foi obrigar a ANS a realizar estudos mostrando a
efetividade de medicamentos e sua viabilidade econômica na inclusão de novos
procedimentos médicos obrigatórios.
FOLHA DE SÃO PAULO