Tida como o
principal problema da reforma tributária, a concomitância de sua tramitação
junto com as mudanças na Previdência passou a ser encarada no Congresso como
seu maior ativo. Depois de se reunir com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ) e os líderes de alguns dos principais partidos da Casa, o economista
Bernard Appy, diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e
exsecretário-executivo do Ministério da Fazenda, saiu convencido de que a
reforma foi comprada pelo meio político como a 'agenda positiva' de um cenário
em que as mudanças na Previdência arriscam a contaminar a popularidade tanto
dos parlamentares quanto do presidente da República.
Um pouco na mesma
linha de fazer avançar diversificando os instrumentos, o senador José
Serra (PSDB-SP) diz que considera que "apostar todas as fichas
na reforma da Previdência para fomentar o crescimento econômico é um
erro", embora acredite que o sistema previdenciário do Brasil está
"totalmente desequilibrado". Para ele, há várias medidas que podem
ser tomadas para estimular a demanda, organizar as contas fiscais e colocar a
economia para crescer mais rapidamente, enquanto se aprova as reformas
necessárias para o país, inclusive a da Previdência. Serra não detalha.
VALOR ECONÔMICO