São cinco as
verdades que precisam ser ditas sobre contas públicas e reforma da previdência,
aponta Alexandre Manoel Angelo da Silva, economista do Ipea, entre
outros autores do texto.
Primeira: pelo
quarto ano consecutivo, algo inédito nos últimos 30 anos, o governo federal não
conseguiu economizar para pagar os juros da dívida, incorrendo em déficit
primário de 1,5% do PIB, que contribuiu para aumentar o seu já alto
endividamento.
Segunda, o elevado
comprometimento das receitas com as despesas de pessoal ativo e beneficiários
previdenciários é crescente nesta década, dificultando ano-a-ano o governo
federal cumprir adequadamente suas funções básicas.
Terceira: as
empresas gastam imensamente menos do que o governo com pessoal e previdência.
Quarta: em
2018, cada um dos servidores civis inativos federais recebeu, em média, R$
106.543, enquanto no regime dos empregados privados, o Regime Geral da
Previdência Social (RGPS), a média de recebimento foi aproximadamente R$
19.575. Em outras palavras, a média de recebimentos dos inativos civis do
governo federal foi 5,4 vezes maior que a do setor privado.
Quinta: a
aprovação de tal reforma propiciaria uma redução das desigualdades, diminuindo
o índice de Gini em 0,61% e que o novo Benefício de Prestação Continuada (BPC),
criticado por alguns setores do Congresso, faria encolher a proporção de
pobres, o hiato e a severidade da pobreza em 2,17%, 5,94% e
9,16%respectivamente, tendo como linha de pobreza a renda domiciliar per capita
de US$ 3,20 (13,3% da população brasileira encontra-se abaixo deste
limite)
VALOR ECONÔMICO