Colapso
do consumo está deprimindo perspectivas econômicas, diz FMI.
Parece que as projeções vão piorar,
disse Gita Gopinath, economista-chefe do fundo.
Um
colapso no consumo e outros dados apontam uma revisão para baixo das já
pessimistas perspectivas para a economia global, dada a pandemia global do
coronavírus, afirmou uma autoridade do FMI (Fundo Monetário Internacional)
nesta quarta-feira (13).
A
economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, disse que os dados econômicos coletados
desde abril estavam confirmando a previsão do organismo de uma contração de 3%
na produção econômica global e apontando cenários potencialmente piores.
"Na
verdade, parece que as perspectivas vão piorar", disse ela em uma
conferência organizada pelo jornal Financial Times, acrescentando que o colapso
do consumo provavelmente levará a revisões para baixo.
Em
abril, o FMI destacou o alto nível de incerteza em torno de suas
perspectivas, observando que uma crise mais longa e profunda poderia resultar
em contração de 6% em 2020 e em crescimento zero em 2021.
"Nenhum
país está sendo poupado, e os números que você vê divulgados estão nas mínimas
históricas", disse ela, mencionando que países em desenvolvimento e
economias de mercados emergentes estão, particularmente, em risco.
Gopinath
disse que havia uma possibilidade de recuperação depois de os países começarem a afrouxar
as paralisações generalizadas, contanto que haja testagem suficiente para o
Covid-19, a doença causada pelo vírus, rastreamento de contato para aqueles que
foram infectados e quarentena apropriada para os que adoecerem.
Ela
apontou uma recuperação na China, onde a demanda
externa permanece fraca, mas a demanda doméstica está retomando.
Em
uma aparente referência ao aumento das tensões entre Estados Unidos e China,
Gopinath disse que era imperativo reduzir tensões comerciais e se comprometer
com fluxos de capital para além das fronteiras para evitar mais danos à
economia global.
"Se
queremos ter uma recuperação em que as empresas reabram, a produção aconteça
(e) as pessoas sejam recontratadas... não podemos ter um colapso adicional nas
cadeias de suprimentos globais", afirmou.
Gopinath
também ressaltou a necessidade de fornecer ampla liquidez aos países afetados
fortemente pela crise, observando que as necessidades das economias emergentes
e dos países em desenvolvimento provavelmente excederiam os 2,5 trilhões de
dólares inicialmente previstos pelo FMI.
REUTERS