A notícia está em toda a mídia e, em resumo, mostra a
Polícia Federal prendendo ontem Marcelo Sereno, ex-secretário nacional do PT e
ex-assessor do ministro José Dirceu, na Operação Rizoma, que investiga fraudes
no Postalis e Serpros. Também foram alvos Milton Lyra (lobista ligado ao MDB),
Carlos Valadares (sindicalista dos correios) e Adeilson Telles (ex-chefe de
gabinete da presidência dos Correios). Os quatro são suspeitos de orientar
investimentos em favor de negócios do empresário Arthur Machado, CEO do ATG
Group, empresa que lançou projeto de uma nova bolsa de valores.
As investigações apontam distribuição de R$ 20 milhões em
propina, sendo que os fundos de pensão investiram no total R$ 539 milhões nas
empresas de Machado. A operação tem como base principal a delação premiada de
Alessandro Laber, operador financeiro de Machado.
“O que ocorreu no Brasil é que partidos políticos
indicaram para fundos de pensão pessoas que escolhiam empresas para receber
aportes volumosos e depois pediam contrapartida”, segundo o Procurador da
República no Rio, Eduardo E Hage. Uma das formas, para lavar o dinheiro, era a
aplicação de recursos em fundos de investimento que mantém debêntures de R$ 1,3
bilhão sem lastro entre os seus ativos, emitidas por empresas de fachada.
Machado e outros executivos da corretora Ágora criaram em
2010 a ATG, com planos de criar nova bolsa de valores. Postalis e Serpros
investiram R$ 295 milhões no FIP que controla a ATG, mas a maior parte das
cotas ficou nas mãos de Machado e seus sócios, que haviam investido apenas R$ 2
milhões. Além disso as entidades colocaram mais R$ 277 milhões em
debêntures para financiar o projeto.
Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de prisão preventiva
e 21 de busca e apreensão no Rio, Brasília e São Paulo.
O ESTADO DE SÃO PAULO