O crescimento de motoristas
idosos observado nas ruas de São Paulo indica independência e autossuficiência
dessa parte da população brasileira, afirma o médico Júlio
Abramczyk.
Nos Estados Unidos havia mais
de 40 milhões de motoristas idosos em 2015, um aumento de 50% desde 1999,
segundo os CDC –os centros norte-americanos de controle e prevenção de
doenças.
No Brasil, o contingente de
motoristas com mais de 61 anos aumentou 60% entre 2003 e 2007, cálculo
observado pelo aumento do número de carteiras de habilitação novas e renovadas,
assinalam Maria Helena M. de Almeida e colaboradores do Departamento de
Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da
USP em trabalho publicado na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Na FMUSP, Almeida e seu grupo estabeleceram uma orientação para
motoristas idosos. Referem que apesar de grande parte desse
público preservar habilidades para dirigir automóveis, o processo de
envelhecimento implica mudanças que interferem na direção veicular.
Pode surgir declínio da acuidade visual com a idade e outros danos à
visão, provocando dificuldade em aferir velocidade e distância em relação a
outros veículos. Por isso, o motorista idoso deve submeter-se a um exame ocular
todo ano com seu médico oftalmologista.
Os autores recomendam usar sempre ao volante óculos com
suas lentes corretoras, quando indicados, e evitar dirigir à
noite. Lembram ainda que a deficiência auditiva pode eventualmente
ser uma das causas de acidentes de trânsito. Um estilo de
vida saudável é sempre bem-vindo e ajuda a amenizar esses problemas
Algumas dicas:
para grandes distâncias, a dica para o motorista idoso é fazer um mapeamento
prévio das rodovias, estradas e ruas que irá percorrer; por fim, não
há mal algum em adotar veículos com transmissão automática, o que facilita
bastante o ato de dirigir.
FOLHA DE SÃO PAULO