Inflação da terceira idade sobe menos


Os preços dos produtos e serviços aos idosos subiram menos do que para as famílias brasileiras  no início deste ano. De acordo com o IPC-3i (Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade) do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), a variação da cesta de consumo das casas majoritariamente compostas por indivíduos com mais de 60 anos ficou em 2,3% de janeiro a março. Enquanto isso, o IPC-Br, que faz a média da inflação das residências que têm como renda de um a 33 salários-mínimos, registrou 2,51%. Diferença de 0,21 ponto percentual.

O acumulado dos 12 meses também foi menor para a terceira idade, que alcançou 5,96%, enquanto o indicador de preços às famílias atingiu 6,09%, 0,31 ponto percentual a mais.

Conforme o economista da FGV André Braz, a diferença é explicada por itens com maior influência para o consumidor comum que não impactam tanto para os da terceira idade. “Por exemplo, o transporte (queda de 0,36%) pesa bastante para as famílias, porém, os idosos têm gratuidade em transporte público e não utilizam tanto carro. Ou seja, ele consegue economizar um pouco mais nesse aspecto”, disse.

Apesar dos dados, segundo o diretor de políticas sociais da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Luís Antonio Ferreira Rodrigues, independentemente do setor, o aposentado continua gastando mais. “A aposentadoria está com reajuste bem menor do que o salário-mínimo, o que faz com que nosso orçamento fique mais apertado. Sem falar nos gastos que temos com remédios e planos de saúde, levando em conta que o convênio aumenta de acordo com a idade”, afirmou.

MEDICAMENTOS - O item relacionado a Saúde e cuidados pessoais diminuiu, no IPC-3i, de 1,49% para 1,37%, em relação ao ano passado. Porém, segundo Braz, terá grande peso no segundo trimestre do ano por causa do reajuste de 5,68% no fim de março. “O reajuste não pesou nos três primeiros meses. Porém, acredito que, no segundo trimestre, o reajuste vai impactar no índice, fazendo com que ele suba muito mais do que o IPC, já que este item é um dos que têm mais impacto no cálculo final.”


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