A
proteção à poupança previdenciária passa pela criação de uma agência de
supervisão forte, que confira protagonismo ao segmento. Apesar de já contar com
uma legislação de defesa do consumidor, o Brasil não faz o mesmo em relação à
defesa do poupador.
“Mais
do que nunca é necessário estimular a poupança de longo prazo, mas, para isso,
é preciso reforçar a proteção a quem poupa.
Em
particular, são necessárias instituições governamentais que supervisionem,
fiscalizem e assegurem a solvência e mesmo a rentabilidade mínima de quem poupa
pensando no futuro.” A avaliação é do Economista e Especialista em Finanças
Públicas, José Roberto Afonso. Pesquisador do IBRE/ FGV e Professor do IDP
(Instituto Brasiliense de Direito Público), Afonso elabora junto a representantes
do sistema de Previdência Complementar fechada,
Para
ele, essa é uma pauta que caberia ao Congresso brasileiro examinar com carinho
quando for tratar da reforma previdenciária e, em particular, da eventual fusão
das agências reguladoras de Previdência Complementar e seguros. O Projeto ainda
está em fase inicial de discussões, mas pode vir a ser um novo marco para a
cultura de longo prazo no País.
Essa
reformulação no planejamento estratégico do Estado brasileiro em relação à
previdência é mais do que necessária. “O governo precisa antes de tudo
atualizar o seu diagnóstico e compreender o que realmente já mudou no mercado
de trabalho, e não apenas no de emprego”, avisa o especialista. Nesse sentido,
é preciso que os órgãos de supervisão oficial compreendam como as novas
tendências transformarão ainda mais esse mercado, incluindo o chamado “trabalho
independente”.
Revista da Previdência Complementar