EMBRAER 2: Boeing fica com 80% da divisão de jatos comerciais da Embraer por US$ 3,8 bi


Negócio depende do aval do governo brasileiro e prevê joint venture na área de defesa no futuro.

A Boeing acertou a compra de 80% da divisão de jatos comerciais da Embraer por US$ 3,8 bilhões (R$ 14,9 bilhões). Um memorando de entendimentos foi assinado nesta quinta-feira (5), mas a conclusão do negócio está prevista para ocorrer apenas no segundo semestre de 2019.

As duas companhias agora correm contra o tempo para fechar os detalhes finais do acordo e submeter à aprovação do governo brasileiro, que detém uma “golden share” na Embraer, antes do fim do mandato do presidente Michel Temer.

O atual governo já expressou sua simpatia pelo negócio, mas essa percepção pode mudar dependendo de quem for o vencedor das eleições presidenciais de outubro.

 

Depois disso, ainda será necessário obter o aval dos órgãos de defesa da concorrência em vários países do mundo.

De acordo com o memorando de entendimentos assinado com a Boeing, os ativos da divisão de jatos comerciais da Embraer, que hoje representa mais de 60% do faturamento de cerca de US$ 6 bilhões da fabricante de aviões brasileira, serão transferidos para a nova empresa, cujo nome ainda não está definido.

A nova companhia terá sede no Brasil, mas será uma subsidiária integral da Boeing, que deterá o comando da gestão, indicando o CEO e toda a administração. A Embraer será um acionista minoritária, com 20% do capital e deve ter um assento no conselho.

Ainda há alguns pontos em aberto no acordo. Não está definido, por exemplo, o destino dos US$ 3,8 bilhões a serem pagos pela gigante americana. A expectativa é que parte dos recursos seja reinvestido na empresa e parte seja embolsado pelos acionistas da Embraer, cujo capital é bastante pulverizado.

Também não há previsão de transferência da área de montagem de jatos comerciais da Embraer, que hoje é feita na fábrica em São José dos Campos (SP). Mas ainda não está acertado se o acordo final trará alguma restrição para que a Boeing faça isso no futuro.

Com a transferência da divisão comercial, a Embraer vai encolher significativamente, permanecendo apenas com as áreas de jatos executivos e de defesa, que, respondem, respectivamente, por 25% e 13% da receita atual da companhia brasileira.



FOLHA DE SÃO PAULO
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