Integrantes do grupo de conselheiros criado pelo ministro da Economia,
Paulo Guedes, para discutir a proposta de reforma da Previdência defendem que o
governo abandone a ideia de tentar aprovar, já neste ano, a troca para o regime
de capitalização. Guedes é entusiasta da empreitada para que a Previdência seja
substituída por um modelo em que cada trabalhador faça a própria poupança.
Pelo sistema atual, todos os trabalhadores contribuem para um fundo
único. Na prática, os brasileiros economicamente ativos bancam as
aposentadorias de quem já saiu do mercado de trabalho.
O INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social) deve fechar 2019 com um rombo de R$ 218 bilhões,
segundo previsões do governo. O déficit referente aos servidores públicos é
estimado em R$ 44,3 bilhões
Para
formular a proposta de reforma da Previdência, Guedes convidou economistas
independentes a ajudar em consultas sobre o tema.
O grupo de
conselheiros é formado por Fabio Giambiagi, José Márcio Camargo, Aloísio
Araújo, Solange Vieira e Paulo Tafner, autor de uma proposta de reforma em
parceria com o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.
A maioria
do grupo consultivo opinou contra a estratégia de Guedes --tentar aprovar a
troca para o regime de capitalização simultaneamente à criação de uma idade
mínima para trabalhadores do atual regime se aposentarem.
Para Giambiagi,
Camargo e Araújo, o governo deveria focar esforços em convencimento e
negociações políticas para que o Congresso aprove mudanças nas regras de
aposentadorias a fim de reduzir o déficit.
A equipe de Guedes estuda propor uma idade mínima para evitar aposentadorias
precoces, além de endurecer regras para pensão por morte e acúmulo de
benefícios.
FOLHA DE SÃO PAULO