No meio ambiente, problema vem de cima e trocar
ministro não vai resolver, diz Arminio.
Postura
antiambiental do governo afeta investimentos ao abalar confiança no futuro, diz
economista.
Trocar o ministro do Meio Ambiente não vai
resolver os problemas do país no setor, avalia o ex-presidente do Banco Central
e sócio da Gávea Investimentos Arminio Fraga.
Isso porque o problema vem de
cima, da postura do presidente Jair Bolsonaro com relação ao tema, afirma.
“Ele [Ricardo Salles] executa um mandato que é
delegado pelo presidente.
Se o presidente mudar de ideia com relação a esse
tema e, para executar uma visão diferente da política pública nessa área, ele
trocar o ministro, tudo bem.
Mas se for trocar para colocar um outro que vai
fazer a mesma coisa, não vai resolver. Resumindo, o problema vem de cima”,
afirma o economista, em entrevista à Folha.
Fraga está entre os 17 ex-ministros da Fazenda e
ex-presidentes do Banco Central que lançaram nesta terça-feira (14) uma carta
reivindicando uma retomada da economia no pós-pandemia atenta às mudanças
climáticas e o fim do desmatamento na Amazônia e no Cerrado.
Para o economista, a política antiambiental do governo Bolsonaro afeta
investimentos, na medida em que prejudica a confiança no futuro.
Ele avalia que
seria possível combinar política ambiental e combate à desigualdade no
pós-pandemia, mas que o momento é menos de avanços e mais de conter danos
irreversíveis.
FOLHA DE SÃO PAULO