Para economistas, PIB ficará acima de 2% no ano que vem
Resultado do terceiro trimestre
indica retomada mais robusta no fim deste ano.
Os dados do PIB (Produto Interno
Bruto) no terceiro trimestre e as revisões para cima nos números
dos 18 meses anteriores confirmam a expectativa de uma economia um
pouco mais dinâmica neste segundo semestre de 2019 e em 2020.
"Um crescimento acima de 2% no
ano que vem já é factível, pois temos uma melhora na recuperação", diz o
economista Affonso Celso Pastore, da consultoria AC Pastore.
Ele reforça que a retomada segue puxada pelo consumo das famílias e pela volta,
ainda que lenta, do investimento privado doméstico –que
historicamente foi o grosso do investimento privado no país– e sem perspectiva
de investimentos públicos para os próximos dois anos.
Solange Srour, economista-chefe da
ARX e colunista da Folha, destaca que o investimento pelo lado da
demanda é a boa surpresa.
"Vem forte pelo segundo trimestre, puxado pela
construção civil, retomando com mais força em São Paulo. Esperamos que se
espalhe pelo Brasil."
Apesar de a liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)
contribuir para um resultado melhor, outro destaque é que o PIB
cresce por força da atuação do setor privado, sem os grandes estímulos fiscais
do governo.
"O consumo das famílias foi
bastante forte, em parte pelo FGTS liberado em setembro e em parte pela melhora
do crédito e pela inflação em baixa.
O impacto deve ficar maior para o quarto
trimestre", diz Srour.
Ela projeta que o PIB de 2019 deva fechar em 1,1% ou 1,2% e ficar 2,5% no ano
que vem.
FOLHA DE SÃO PAULO