Bolsa
cai mais de 10% com pânico por coronavírus e iguala suspensão de negócios da
crise de 2008
Dólar dispara a espera de decisão de
corte de juros no Brasil.
O
novo tombo de mais de 10% da Bolsa brasileira levou à sexta paralisação nos
negócios desde o início da crise do coronavírus, igualando o número de suspensões
registradas durante a crise de 2008.
As
negociações da Bolsa ficaram fechadas por 30 minutos das 13h18 às 13h48, nesta
quarta-feira (18).
Por
volta das 14h, o Ibovespa despenca 11,4%, a 66 mil pontos, menor patamar desde
agosto de 2017.
À
época, a Bolsa se recuperava da forte queda de 18 de maio daquele ano,
conhecido como Joesley Day, quando o Ibovespa caiu 8,8% e foi a 61 mil pontos
após divulgação de conversa comprometedora entre o empresário Joesley Batista e
o então presidente Michel Temer (MDB).
A
diferença das fortes quedas em março para a última crise financeira está na
velocidade da interrupção do mercado.
Os
seis circuit breakers de 2008 ocorreram em um intervalo de
quatro semanas.
Nesta crise causada pelo coronavírus, as seis interrupções
ocorreram em dez dias.
O
mercado financeiro derrete desde que investidores perderam a capacidade de
medir os potenciais danos econômicos causados pelo coronavírus.
Economias
inteiras estão sendo paralisadas para conter a pandemia, e o número de
infectados e mortos não para de aumentar.
Na
China, onde o surto parece estar controlado, apenas em janeiro e fevereiro o
comércio caiu 20%, os investimentos quase 25% e a indústria recuou mais de 10%.
Na projeção do banco Goldman Sachs, a economia chinesa deve
avançar 3% neste ano.
Se a projeção se confirmar, será o pior resultado
alcançado pela economia chinesa desde 1976, quando o país foi atingido por um
terremoto e pelas incertezas criadas pela morte de Mao Tsé-Tung.
FOLHA DE SÃO PAULO