O Ministério Público Federal e a Polícia Federal realizam na manhã desta
quinta-feira, 16 de agosto, a Operação Golias, na qual foi autorizada a prisão
preventiva de Edson Figueiredo Menezes, ex-presidente do Banco Prosper. Segundo
o MPF e a PF, Menezes é investigado pelo pagamento de propina para a
contratação do Prosper no processo de leilão do Banco do Estado do Rio de
Janeiro (BERJ).
As autoridades lembram, em comunicado, que em 2006 o governo do Rio de
Janeiro contratou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para elaborar consultoria
independente para fixar o preço mínimo da alienação das ações do BERJ. Ao mesmo
tempo, a FGV Projetos foi contratada para realizar os estudos de precificação
da folha de pagamento dos funcionários do Estado. O edital de leilão do Banco,
lançado em 2010, previu o pagamento de 3% sobre o valor total alcançado na
venda para o pagamento da consultoria independente. Ao final do processo, em
2011, foi identificado o pagamento de R$ 3,12 milhões pela FGV ao Prosper a
título de prestação de serviços.
De acordo com os procuradores da República integrantes da força-tarefa
da Lava Jato no Rio de Janeiro, estes elementos confirmam o que foi trazido no
depoimento de um dos colaboradores: que o então governador do Rio de Janeiro
Sérgio Cabral condicionou a realização do leilão do BERJ, somada à folha de
pagamento dos servidores do Estado do Rio de Janeiro, à contratação do Prosper
para recebimento de vantagem indevida. “Em contrapartida, Edson Menezes
realizou pagamentos ao grupo de Sérgio Cabral tanto em espécie quanto por meio
da aquisição de vinhos de mais de mil dólares no mercado internacional, paga
por uma de suas offshores, a Remo Investments Ltd SA”, diz o comunicado.
INVESTIDOR ONLINE