Especialistas prevê que previdência imploda orçamento


O especialista em finanças públicas Raul Velloso costuma chamar as despesas engessados do governo de “grande folha de pagamento”. O nome não vem apenas do fato de ela incluir os salários de servidores federais, mas porque nesse conjunto de despesas estão aposentadorias e benefícios assistenciais a todos os brasileiros. “Essa é uma folha muito mais rígida do que a do próprio funcionalismo. Você não pode demitir um aposentado por justa causa e os benefícios são atrelados ao salário mínimo, que sobe acima da inflação: ela cria uma pressão imensa sobre as contas públicas”, diz Velloso. A“grande folha”que cobre salários do funcionalismo e principalmente pensões e aposentadorias de todo os brasileiros representava 35% dos gastos federais no começo dos anos 80.Hoje, reforça Velloso, ela draga o dinheiro público. Os benefícios abocanham quase tudo: três quartos do gasto – 75% do total. “Apenas um quarto pode ser usado para que o governo faça o que o cidadão espera que ele faça: investimentos na melhoria dainfraestrutura,comomanter estradas”, diz. Crise. Segundo estudo realizado por Velloso, o modelo da “grande folha” já tem data para explodir.


“Mantido o ritmo de alta,em2040, dobra em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB). Vai ficar com 150% do gasto – ou seja, simplesmente não vai caber no orçamento”, diz Velloso. “Por uma razão incompreensível, a população não se toca para a urgência de fazeruma reformana Previdência e em outros benefícios.” (O Estado de S. Paulo)


O Estado de S. Paulo
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