Pela primeira vez, a
Previdência Social atingiu a marca de 30 milhões de benefícios pagos,
reforçando o discurso sobre a necessidade de aprovação de mudanças nas regras
de aposentadorias e pensões para adequá-las à realidade de que os brasileiros
vivem cada vez mais e, ao mesmo tempo, tornar o sistema sustentável no longo
prazo.
De 1996 para cá, o
número de benefícios emitidos dobrou. A despesa com pagamento e pensões é a que
mais pesa no orçamento público e, inevitavelmente, deve ganhar mais espaço na
agenda do próximo presidente. Com a existência de um teto para expansão do
gasto público, se as despesas com Previdência não forem contidas, haverá cada
vez menos espaço para investimentos e programas sociais.
No primeiro semestre,
o déficit da Previdência Social foi de R$ 92,33 bilhões (R$ 53,56 bilhões no
rural e R$ 38,77 bilhões no urbano), valores corrigidos pelo INPC. Em relação a
2017, o ritmo de expansão real do déficit dos benefícios da área urbana foi bem
maior que o da rural. O déficit urbano subiu 19,3% em termos reais. O rural
ficou estável (+0,3%).
O subsecretário do
Regime Geral de Previdência Social, Benedito Brunca, afirmou que o aumento do
número de benefícios emitidos decorre da ampliação da quantidade de filiados ao
regime previdenciário até 2015, passando de 30 milhões para 70 milhões de
pessoas, além do crescimento vegetativo. Até 2015, houve forte geração de
empregos formais, o que elevou as receitas previdenciárias. Depois disso, com a
recessão, veio o desemprego, provocando movimento contrário. Ele ressaltou que
o país tem um sistema que facilita o acesso do benefício, porém, diferentemente
do passado, ele está sendo pago por mais tempo, devido à longevidade maior. Por
isso é necessário estabelecer regras que deem sustentabilidade ao sistema no
longo prazo, diss
VALOR ECONÔMICO