País tem 12,5 mi de CPFs a mais que a população e
TCU aponta 'irregularidade grave'.
Receita emitiu 11
milhões de documentos desde abril para pagar o auxílio emergencial.
O ministro do TCU
(Tribunal de Contas da União) Bruno Dantas apontou indícios de irregularidades
na base de dados de CPFs da Receita Federal que comandou um recadastramento para que milhares de brasileiros pudessem
receber o auxílio emergencial de R$ 600 durante a pandemia.
É o que mostra o
relatório de acompanhamento das medidas de combate ao coronavírus aprovado pelo
tribunal nesta quarta-feira (24).
De acordo com o
documento, o fisco emitiu 11 milhões de novos CPFs desde abril, fazendo com que
a base de registros ativos ultrapassasse em 12,5 milhões o número de habitantes
do país. Antes da pandemia, essa diferença, era de 1 milhão.
A Receita Federal
disse ao TCU que, no final de abril havia 223,8 milhões de CPFs regulares no
país, contra uma população estimada em 211,4 milhões de pessoas pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Essa diferença foi
classificada por Dantas como uma “irregularidade grave”.
Com os gastos
públicos para tentar conter os danos causados pela pandemia, o governo deve
chegar ao final deste ano com um déficit superior a R$ 700 bilhões.
Deste total, ainda
segundo projeções, ao menos R$ 167 bilhões será o peso da postergação de tributos
cujo pagamento a União deverá adiar para o próximo ano. Havia, anteriormente, a
previsão de que seria possível fazer o recolhimento no final deste ano.
FOLHA DE SÃO PAULO