Agência avaliou
como o balanço de 56 empresas seriam afetados se moeda americana subisse mais
A
oscilação cambial poderá ter impacto indireto, no ambiente de negócios, e não
direto na alavancagem de empresas, segundo a Fitch, que analisou as companhias
mais expostas a dívidas no exterior.
A agência avaliou
como o balanço do segundo trimestre de 56 empresas seriam afetados se o dólar
estivesse 20% e 30% mais alto que em 30 de junho, quando atingiu R$ 3,87.
InterCement e Gol
seriam as mais impactadas —elas não comentam as projeções.
O dólar
chegou a um pico de R$ 4,19 em 13 de setembro deste ano. A maior parte das
grandes empresas está bem protegida desse tipo de flutuação, afirma Ricardo
Carvalho, diretor da Fitch.
“Muitos se
anteciparam em relação ao vencimento de dívidas em 2018 e 2019 e carregaram
mais liquidez em seus balanços [têm mais dinheiro em caixa]”, diz ele.
“O impacto da mudança
de risco com alterações no câmbio é mais no ambiente de negócios porque é algo
que pode chegar na inflação, afetar o patamar de juros e pressionar os custos
financeiros.”
O tom da disputa
eleitoral deste ano levou a uma proteção ainda maior por parte das companhias,
diz Marcos Piellusch, da FIA (Fundação Instituto de Administração).
“Os personagens da
eleição são muito diferentes, o que levou empresas a usarem mais o hedge
[instrumento para suavizar flutuação cambial].”
As empresas mais
expostas à oscilação cambial têm em comum o uso limitado de hedge,
endividamento elevado em moeda estrangeira e geração de receita em reais.
FOLHA DE SÃO PAULO