Poupança: quanto mais cedo, melhor


Onze milhões e meio de brasileiros ganham, por mês, um salário mínimo, menos de R$ 1 mil. São pessoas que já deixaram de trabalhar e representam quase 90% dos aposentados da Previdência Social. Para muita gente, não é fácil sobreviver com essa quantia. Para não passar aperto no futuro, o ideal é se planejar agora.

"O brasileiro, de uma forma geral, tem o seguinte comportamento: até os 40 anos ele diz: ‘É muito cedo para pagar a aposentadoria’. Quando chega aos 40, ele vai fazer a conta e diz: ‘Meu Deus, é muito tarde’", afirma Jurandir Sell Macedo, professor de finanças pessoais.

Para se ter uma ideia, quem ganha R$ 5 mil por mês e começa a poupar aos 25 anos 10% do salário, ou R$ 500 por mês, vai ter acumulado, em 30 anos, cerca de R$ 400 mil. Com essa quantia, dá para saques mensais de R$ 2 mil ao se aposentar.

Uma coisa é certa: quanto mais tarde você começar a poupar, mais difícil será o caminho. Aos 35 anos, a pessoa que ganha R$ 5 mil por mês, já deve ter R$ 60 mil, o que corresponde a um ano do seu salário. Aos 45 anos, o valor acumulado deve ser de R$ 180 mil, o equivalente a três anos de salário. Aos 55 anos, o ideal é ter o equivalente a seis anos de salário.

"Quem chegar aos 65 anos com nove anos de renda acumulado na sua reserva de aposentadoria, vai ter uma aposentadoria bastante tranquila", garante Jurandir.

Nos últimos anos tem crescido o número de pessoas que tem algum tipo de previdência complementar, mas esse número ainda é pequeno: apenas 17 milhões de brasileiros, ou 6% dos que compõe a população economicamente ativa. Dois terços desses poupadores são homens e tem entre 35 e 60 anos.

O funcionário público Rafael Olegário da Costa tem 28 anos e faz parte desse grupo: "Eu reservo, em média, 5% da minha renda e já estou disciplinado a não contar com esse valor e deixar ele provisionais para o futuro".

O aposentado Ruy Esteves, de 79 anos, não se arrepende de ter feito economia. Ele se aposentou há 22 anos e recebe praticamente o mesmo que antes. Se não fosse o plano de pensão, ganharia 70% menos. "Eu consigo ter um alimentação boa, um teto razoável e consigo manter um padrão de vida tranquilo com a minha família, como eu vivi durante todo meu período de ativa”, comemora.


G1
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