Paulo Guedes e os fundos de pensão


O economista Paulo Guedes, guru econômico de Jair Bolsonaro (PSL), manifestou nesta quarta (10) perplexidade com a abertura de investigação para apurar supostas fraudes em seus negócios com fundos de pensão patrocinados por estatais. Em nota divulgada por seus advogados, ele acusa o MPF (Ministério Público Federal) de agir com motivação eleitoral.

A apuração foi instaurada pela força-tarefa Greenfield, cujos procuradores miram esquemas de pagamento de propina em fundos de pensão e órgãos públicos. Baseou-se em relatórios da Previc. Conforme o documento, obtido pela Folha, a BR Educacional Gestora de Ativos, de Paulo Guedes, lançou em 2009 dois fundos de investimento que receberam, em seis anos, R$ 1 bilhão das entidades de previdência de estatais. Um deles, o Fundo de Investimento em Participações (FIP) BR Educacional, obteve R$ 400 milhões entre 2009 e 2013 para empreendimentos na área de educação. A suspeita é de que o negócio tenha sido aprovado sem análise adequada e gerado ganhos excessivos a Guedes.

A Previc apontou irregularidades nos investimentos feitos, por meio de um dos projetos do FIP, nas empresas HSM Educacional e do Brasil entre 2009 e 2013. Elas são voltadas à realização de eventos e palestras para executivos e estudantes. No período, segundo o órgão, registraram sucessivas perdas. O economista negou ter causado prejuízos aos fundos de pensão. “Cumpre esclarecer que o FIP BR Educacional não trouxe qualquer prejuízo aos fundos de pensão. Ao contrário. Ele apresentou retorno substancialmente acima do objetivo estabelecido no regulamento firmado entre os cotistas”, sustenta a nota, assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.

A Gaec Educação que assumiu o controle da HSM em março de 2013, período posterior aos fatos analisados pela auditoria – informou nesta quarta que Guedes não exerce qualquer cargo ou função nas empresas desde 22 de outubro de 2014. Em nota, afirmou que o FIP deixou de ter participação na Gaec em 27 de maio de 2015 e que o investimento feito “chegou a ter valorização de 300%”. A Gaec contestou dados da Previc e afirmou que Guedes “nunca foi sócio e controlador da HSM”



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