Papel dá
prioridade para receber dividendos, mas não tem direito a voto
A participação das ações preferenciais no volume de títulos
comercializados na Bolsa cai desde 2016, de acordo com dados da B3.
Esse é um tipo de papel que dá ao detentor uma prioridade na hora de
receber dividendos, mas os donos não têm direito a voto em assembleias ou
participação no conselho de administração.
Transações com
esses ativos na Bolsa representavam 41% do total em 2016, e até o dia 6 de
dezembro deste ano, equivalem a 36% do volume.
Essa é uma
espécie de título mais volátil, segundo Eduardo Velho, economista-chefe da GO
Associados.
“Fundos estrangeiros
que saíram da Bolsa e foram para o mercado americano venderam preferenciais.
Acionistas com muito papel ordinário não negociam tanto, eles querem poder de
conselho, é uma estratégia de médio prazo.”
É natural, portanto,
que haja mais saída de preferenciais que de outros tipos de títulos quando o
real se desvaloriza ou os juros básicos nos Estados Unidos sobem, segundo o
analista.
A migração para o
Novo Mercado também explica a diminuição relativa das preferenciais, segundo
Alvaro Frasson, analista da Spinelli.
As empresas listadas
nesse segmento da B3 têm um grau de governança maior e não têm ações
preferenciais.
“A Vale e a Suzano
passaram para o Novo Mercado [no fim do ano passado]. As duas tinham um volume
grande de ações em flutuação”, afirma Frasson.
FOLHA DE SÃO PAULO