Selic


As apostas numa nova rodada de cortes de juros ao longo de 2019 já começam a desafiar o consenso do mercado de que a taxa Selic não sofrerá mudanças por algum tempo. Profissionais de grandes gestoras de recursos afirmam que a frustração com a retomada da atividade econômica, num cenário de correção de contas públicas, pode exigir um estímulo adicional do Banco Central nos próximos meses.

 

Dentre 20 instituições financeiras consultadas pelo Valor, 5 trabalham com um cenário de queda de juros, hoje em 6,5%, até o fim de deste ano - Novus, Quantitas, Legacy, Kapitalo e Itaú Asset.

O economista Alexandre Schwartsman (coluna jornal FSP)admite que há uma discussão em curso acerca da conveniência de redução adicional da taxa de juros, dada a fragilidade da recuperação da economia, percepção reforçada pelos números mais recentes de atividade.

Sobre essa possibilidade diz que em tese, ao menos, o BC poderia manter a Selic em 6,5% não só neste ano, mas também em boa parte do ano que vem e entregar a inflação ainda na meta. Já para cortar adicionalmente a taxa de juros, seria necessário que as projeções de inflação, tanto para 2019 como para 2020, também se reduzissem. Isto pode ocorrer em parte porque o elevado nível de ociosidade — particularmente desemprego— tem levado a seguidas leituras da inflação abaixo do esperado, fenômeno reconhecido pelo BC.

Mais relevante, porém, é a evolução esperada das contas públicas nos próximos anos. Caso haja motivos para crer que o enorme desequilíbrio observado a partir de 2014 seja corrigido em prazo razoável, novas previsões de inflação cairiam, abrindo espaço para a redução adicional da Selic. O nome de jogo nesse caso é  o sucesso da reforma. 



VALOR ECONÔMICO
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br