Fundado em 1934, veículo credita
decisão à crise no país e na mídia e à 'insegurança' criada por MPs de
Bolsonaro.
São Paulo O
DCI, jornal diário voltado a notícias de economia, fundado em 1934, publica a
sua última edição na próxima segunda-feira, dia 23.
Seus 29 funcionários, sendo 12 jornalistas, foram
informados nesta segunda-feira (16) da decisão da controladora Sol Panamby,
ligada à família do ex-governador Orestes Quércia.
Eles realizam nesta
terça-feira (17) uma assembleia para discutir a proposta de desligamento, na
sede do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo.
A decisão foi
creditada pelo diretor-executivo do DCI, Raphael Müller, às dificuldades na economia do país e à ruptura no modelo de negócios do jornalismo, mas
também, em parte, às medidas provisórias do governo federal que suspenderam a
obrigatoriedade de veiculação de balanços e editais na imprensa.
"Elas não foram determinantes, mas sem
dúvida as duas MPs, 892 e 896, tiveram influência nessa decisão, foram um
reforço", diz o executivo.
"Eles causam uma insegurança muito grande,
para o ambiente em que a gente está vivendo."
Sem perspectiva de conquistar investimento para recuperar o jornal,
que já passou por um programa de demissões no ano passado, decidiu-se pelo
fechamento do jornal impresso e da operação digital.
"É muito triste, o grupo todo
lamenta", diz Müller.
"É um jornal quase centenário, que vinha
cumprindo seu papel, com uma pauta voltada ao empreendedor, útil para a
indústria brasileira e todos os setores."
FOLHA DE SÃO PAULO