Meu conselho aos “novos CPFs
da Bolsa”: lembrem que a retomada pode ser tão forte quanto a queda.
Meu melhor investimento em mais de 30 anos de
mercado foi feito no meio de período muito complicado da nossa história, afirma
Guilherme Affonso Ferreira, um dos principais investidores
individuais da Bolsa brasileira, e sócio da Teorema Gestão de Ativos
Depois de um longo período de alta, a Bolsa
brasileira tomou um tombo considerável, e a turbulência voltou a tomar conta
dos mercados, aqui e no exterior.
O vaivém dos mercados nos últimos dias,
aqui e no exterior, é consequência de uma crise grave. O surto do coronavírus é
algo que deve ser encarado com seriedade e preocupação, seja pela facilidade de
transmissão, seja pelas implicações econômicas do combate obrigatório à sua
propagação.
O baque sofrido pelas indústrias de turismo
e aviação comercial, para citar apenas alguns exemplos, além das dificuldades
do comércio internacional (que já vinha enfrentando desafios), estão entre as
consequências disso.
Depois de um longo período de
alta, a Bolsa brasileira tomou um tombo considerável, e a turbulência voltou a
tomar conta dos mercados, aqui e no exterior.
O vaivém dos mercados nos
últimos dias, aqui e no exterior, é consequência de uma crise grave. O surto do
coronavírus é algo que deve ser encarado com seriedade e preocupação, seja pela
facilidade de transmissão, seja pelas implicações econômicas do combate
obrigatório à sua propagação.
O baque sofrido pelas
indústrias de turismo e aviação comercial, para citar apenas alguns exemplos,
além das dificuldades do comércio internacional (que já vinha enfrentando
desafios), estão entre as consequências disso.
Mas é bom lembrar que o
mercado de capitais, no Brasil e no mundo, já viveu momentos como esse. A
história mostra que a tendência é que se comportem como uma “curva em V”: caem
rápido e voltam na mesma velocidade. A recuperação pode vir com a recuperação
da atividade e em razão da atuação de governos e bancos centrais (como estamos
vendo agora).
Essa é a primeira crise
enfrentada por milhares de brasileiros que passaram a investir em ações
recentemente, empurrados para a renda variável por causa da queda dos juros ou
atraídos pela valorização da Bolsa.
Estão aprendendo pelo caminho
sinuoso que a estrada pode ser bonita e também é perigosa. Sei que muitos estão
se comportando com serenidade, mas temo que alguns tomem atitudes precipitadas
e irreversíveis.
Minha recomendação, em
especial aos “novos CPFs da Bolsa”, é que tenham resiliência, calma e
prudência. E olhem para o momento como uma excelente oportunidade. Comprem mais
se puderem. A história diz que a chance de ser bem sucedido é enorme.
Meu melhor investimento em
mais de 30 anos de mercado foi feito no meio de período muito complicado da
nossa história. Quando o governo inventou o Plano Cruzado, em 1986, uma
tentativa frustrada de combater a hiperinflação via congelamento de preços,
muitos analistas acharam que os bancos brasileiros iriam quebrar, porque não
conseguiriam se manter sem as receitas geradas pelo giro inflacionário.
Pensei: “Nunca vi país sem
banco e, portanto, alguns vão sobreviver”.
Obviamente, os preços das ações dos bancos estavam muito baixos. A
estratégia passou a ser analisar para encontrar instituições que tivessem
condições de enfrentar os problemas e ganhar dinheiro no futuro.
Depois de descartar os bancos
Nacional e Econômico — que acabaram quebrando mais tarde –, comprei ações do
Unibanco. Elas valorizaram 70% ao ano, em dólares, até 2008 (quando o Itaú se
fundiu ao Unibanco no meio de outra grave crise, mas essa é outra história…).
ÁGORA INVESTIMENTOS