BRF começa a negociar acordo de leniência


Dona das marcas Sadia e Perdigão, a BRF iniciou tratativas para um acordo de leniência com o MPF (Ministério Público Federal) e o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU).

 

As negociações envolvem crimes investigados na Operação Carne Fraca, deflagrada no ano passado pela Polícia Federal, que apontou pagamento de propinas a servidores do Ministério da Agricultura por alguns dos maiores frigoríficos do país, em troca de facilidades diversas. Dezenas de investigados, entre eles funcionários públicos e executivos das empresas, incluindo a BRF, foram indiciados por corrupção, crimes contra a ordem econômica e falsificação de produtos alimentícios, entre outros crimes.

Em março deste ano, outra frente de investigação da Carne Fraca, denominada Operação Trapaça, apurou fraudes em análises laboratoriais dos produtos comercializados e a apresentação de dados falsos ao Ministério da Agricultura. Na última segunda (15), a PF indiciou 41 pessoas por participar desse suposto esquema, entre elas o empresário Abilio Diniz acionista e ex-presidente do Conselho de Administração da BRF, e o ex-diretor-presidente do grupo Pedro de Andrade Faria. Eles são suspeitos de cometer crimes contra a saúde pública, estelionato, falsidade ideológica e organização criminosa.

De acordo com fontes de Brasília, a BRF pretende detalhar o funcionamento de um esquema de pagamento de propinas para fiscais do Ministério da Agricultura. Na BRF, sobretudo depois que Pedro Parente assumiu o comando do conselho de administração, chegou-se à conclusão de que um acordo é necessário em razão das revelações das operações Carne Fraca e, especialmente, Trapaça - terceira fase da Carne Fraca, essa operação liderada pela Polícia Federal teve a BRF como foco. Entre as possíveis colaborações, a companhia deverá relatar como atuava junto ao Ministério da Agricultura para acelerar a tramitação de processos - como habilitação de frigoríficos para exportar, por exemplo - e conseguir a edição de normas e portarias que a beneficiassem principalmente nas exportações. De acordo com os investigadores da PF, a empresa até articulava com o governo quais os fiscais que atuariam em suas plantas.



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