Bolsonaro diz haver erro em auditoria do BNDES e chama Montezano de
garoto.
Auditoria que buscava suposta
'caixa-preta' no banco custou R$ 48 milhões.
O presidente Jair Bolsonaro criticou
nesta terça-feira (28) um termo aditivo de contrato para realização de uma auditoria no BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social) que não encontrou indícios de corrupção.
Segundo o presidente, houve um erro.
"Informações que tenho até o
momento: essa auditoria começou no governo Temer. E teve dois aditivos.
O
último aditivo parece, não tenho certeza, seria na ordem de R$ 2 milhões.
E
chegou a R$ 48 milhões no final. Tá errado, tá errado", disse ao entrar no
Palácio da Alvorada.
O BNDES gastou R$ 48 milhões em relatório de
investigação externa referente a operações entre o banco e as empresas JBS,
Bertin e Eldorado, entre os anos de 2005 a 2018.
A auditoria não encontrou
indícios de corrupção em oito operações investigadas.
O banco divulgou em 10 de dezembro
que o relatório indicou que não foram encontradas evidências diretas de
corrupção, influência indevida sobre a instituição ou pressão por tratamento
diferenciado na negociação, aprovação e/ou execução das oito operações investigadas.
Na ocasião, o BNDES divulgou que
entregou a íntegra da auditoria, que não é pública, para a Procuradoria-Geral
da República.
O resumo do relatório foi disponibilizado no site do banco e tem
oito páginas.
Gustavo Montezano é o segundo
presidente do BNDES da gestão Bolsonaro. Ele foi chamado após o presidente ter
se irritado com a gestão de Joaquim Levy, escolhido pelo ministro Paulo Guedes
(Economia) para o cargo logo no período de transição.
A "abertura da caixa-preta"
do BNDES era uma das principais promessas do então candidato Jair Bolsonaro na
área de economia durante a eleição.
O político costuma apontar problemas em
empréstimos do banco para países como Cuba e Venezuela.
O presidente havia prometido,
inclusive, "abrir a caixa-preta" do BNDES na primeira semana de
governo.
FOLHA DE SÃO PAULO