Abril foi o fundo do poço para o comércio no
Brasil, dizem economistas.
Analistas preveem
recuperação lenta que começará por setores essenciais.
A retomada das
atividades econômicas a partir do mês de maio em diversas regiões do país deve
amenizar os efeitos das políticas de distanciamento social que
levaram o comércio ao pior resultado em 20 anos no mês de abril.
A queda de quase 17% já pode ser considerada o fundo do
poço para o setor. No entanto, a recuperação, segundo analistas,
será lenta, heterogênea e só ocorrerá se o país não enfrentar uma segunda onda
de contaminação pelo coronavírus, que venha a exigir novos fechamentos.
Em
Porto Alegre, por exemplo, parte do comércio voltou a fechar, assim como no
interior de São Paulo.
O Goldman Sachs, em
relatório divulgado nesta terça, considera que, passado o péssimo mês de abril,
maio deve ser o início de uma inversão na trajetória, saindo do ciclo de
resultados negativos para uma melhora discreta.
Um dos indicadores citados pelo banco é a elevação na confiança
do consumidor. De maio para junho, houve a recuperação de 42% do que se perdeu
no início da pandemia.
Ainda assim, o banco de investimentos aposta que o
Brasil leve mais de um ano para recuperar os níveis pré-pandemia de crescimento
do PIB (Produto Interno Bruto).
No
mês mais agudo de encolhimento do comércio –e também o primeiro 100% sob
quarentena–, até mesmo os setores essenciais registraram queda.
Hipermercados,
supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tiveram retração de 11,8%
e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, de
17%.
Além de
supermercados e farmácias, que registraram altas de 41% e 31%, respectivamente,
no faturamento, as lojas de materias de construção também começaram o mês de
junho saindo do sufoco, com um avanço de 44% na primeira semana de junho e a
partir de meados de maior já mostram um resultado similar ao anterior à
pandemia.
FOLHA DE SÃO PAULO