Capitalização da Previdência


Para Felipe Salto - diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), a reforma da Previdência é necessária devido ao deficit público. As despesas estão maiores que as receitas há alguns anos e a principal despesa que contribui para o deficit é justamente a previdenciária. Em recente relatório, a instituição apontou que a reforma pode estabilizar o déficit previdenciário  em uma década.

— Isso acontece porque o país está envelhecendo, o que é algo positivo, as pessoas estão ficando mais velhas. E isso tem consequências fiscais, essa população idosa depende do Estado que paga suas aposentadorias. As regras da Previdência precisam ser alteradas para dar sustentabilidade ao sistema. Se nada for feito, as despesas vão crescer indefinidamente. Vai ter menos pessoas contribuindo e mais pessoas demandando aposentadorias — afirmou Felipe Salto à reportagem.

 

Mas quanto à mudança para o sistema de capitalização, Salto é cauteloso e diz que o conceito do governo ainda não está claro. — Eu estou convencido que aí o governo errou feio. Fazer a capitalização foi uma promessa de campanha, porém a PEC veio bastante genérica. Lendo a PEC não fica claro, por exemplo, se vai haver contribuição patronal. Como a gente vai fazer projeções dos efeitos dessa transição sem as informações?

 

A IFI acredita que o governo precisa ser mais aberto em relação a isso e mostrar os detalhes do que se pretende fazer. Ainda estamos à espera de anúncios do governo que permitam detalhar melhor o que vai ser afinal essa capitalização que está sendo proposta na PEC — disse. Felipe Salto acredita que a saída será o país caminhar para o sistema misto, com a capitalização coexistindo com o regime de repartição.

 



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