Mulheres se
profissionalizam como referências de moda em ensaios com roupas de grife e de
ponta de estoque.
Em uma foto que a
mostra com a anca empinada, para mostrar seu vestido avental Margiela e seus
jeans elegantemente puídos, Lyn Slater projeta um estilo muito raro entre os
pares. Professora na escola de pós-graduação em serviço social da Universidade
Fordham, e com uma carreira paralela como modelo e blogueira de moda, Slater é
um ídolo para muita gente.
Ela tem 64 anos,
e, como se sabe, algumas mulheres de sua idade se sentem pressionadas a
renunciar a esse lado de suas vidas. Mas para Slater, não é isso que vai
acontecer
Em Accidental Icon
(ícone inesperado, em tradução livre), sua influente conta de Instagram com 530 mil seguidores, ela posa com combinações inesperadas de grifes,
misturando Comme des Garçons, Yohji Yamamoto e produtos encontrados em lojas de
ponta de estoque. Seus seguidores tendem a ser jovens, diz a blogueira, e
reagem bem a sua postura insolente.
"Eu me exponho.
Não tenho 20 anos. Não quero ter 20 anos, mas sou ótima. É isso que penso
quando posto uma foto", afirma Slater.
Ela é parte de um
coro de contemporâneas e de mulheres de 70 e 80 anos que pensam como ela e
ousam como ela, e encaram a questão do envelhecimento com uma audácia —e estilo
fascinante— que suas mães invejariam.
Casadas ou
solteiras, empregadas ou não, e a maioria das quais avós, elas defendem a
presença na rede social de fotos e vídeos Instagram, determinadas a subverter
as noções antiquadas do que significa ser —ou parecer— "velho".
E, nas palavras de algumas das integrantes do grupo, estão
"detonando".
FOLHA DE SÃO PAULO