Equipe econômica prevê economia de R$ 65 bi ao
limitar ação previdenciária na Justiça estadual.
Embora o
discurso oficial do governo seja o de que há margem para convencer os senadores
a manterem a versão aprovada pela Câmara, auxiliares do ministro Paulo Guedes
(Economia) já admitem que o texto do relator da reforma no Senado, Tasso
Jereissati (PSDB-CE), deverá sair vitorioso e buscam alternativas
para compensar perdas com a nova versão.
Entre as
alternativas, a equipe econômica trabalha para garantir no Senado a aprovação da medida que limita julgamentos
de temas previdenciários na Justiça estadual. o limitar o alcance, o governo
espera um corte de aproximadamente R$ 65 bilhões em dez anos em despesas
judiciais.
Hoje, a
Constituição permite que, se não houver Justiça Federal na cidade, a pessoa
possa recorrer à Justiça Estadual –que tem maior capilaridade– para entrar com ações contra o INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social).
A
PEC (proposta de emenda à Constituição) da reforma traz um dispositivo
destacando que uma lei poderá dar novas condições aos julgamentos quando não há
vara federal onde o segurado reside –e essa lei foi aprovada na semana passada
pelo Congresso.
Pela
nova regra, o segurado não pode recorrer à Justiça Estadual se houver vara
previdenciária da Justiça Federal em até 70 km de seu município.
Para que
medida possa entrar em vigor, porém, é necessário que o Senado conclua a
votação da reforma da Previdência, o que está previsto para o começo de
outubro.
O Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário diz que a
medida dificulta o acesso à Justiça.
Dados do TCU (Tribunal de Contas da União)
mostram que uma em cada quatro aposentadorias por idade –benefício que atende
aos mais pobres– é concedida por via judicial.
FOLHA DE SÃO PAULO