Para este ano, o
banco espera que o PIB cresça 1,5%, mas o viés é de baixa.
Com ou sem reforma da Previdência, o Brasil será uma das histórias
felizes de crescimento acelerado em 2019. Apesar da perda de fôlego dos
Estados Unidos e das incertezas na Europa e na China, a economia brasileira
deve avançar 3,5% no ano que vem na avaliação do Bank of America
Merrill Lynch.
Para o FMI (Fundo Monetário Internacional) a alta do PIB
brasileiro deve ficar em 2,4% em 2019.
“O Brasil é uma história feliz em um ambiente de crescimentos fracos”,
resumiu Aditya Bhave, economista global sênior do Bank of America,
em entrevista à imprensa na manhã desta quinta-feira (6). Executivos do
banco falaram a jornalistas sobre perspectivas para o crescimento global no
próximo ano.
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“Vemos um crescimento mais acelerado no Brasil”, afirmou. “O crescimento
também vai ser apoiado pela agenda pró-mercado da Administração [do presidente
eleito, Jair] Bolsonaro, que deve impulsionar a
confiança e o investimento.”
“Nossa projeção
tem como premissas as suposições de que o governo vai ser capaz de aprovar
reformas fiscais e que a independência do banco central será
aprovada.
Para o Bank of
America, a não aprovação das reformas, entre elas a da Previdência, não chega a
ser um risco a esse cenário otimista para o Brasil, ressalta Bhave.
“Toda vez que você
tem um governo populista assumindo o poder, há muita incerteza sobre quais
políticas serão implementadas”, admite.
“Mas uma das
razoes pelas quais estamos otimistas é que o Brasil vem de anos fracos, de uma
recessão. Em 2018 não foi bem, pelas incertezas eleitorais e a paralisação de
caminhoneiros. Há espaço para que o Brasil cresça mais rápido. Há razões, de
uma perspectiva cíclica, para ser mais otimista.”
O Brasil não deve
ser a única história feliz, nas projeções do banco. África do Sul também deve
ter uma expansão robusta, assim como Japão e Reino Unido, embora o acordo final
da saída do país da União Europeia ainda seja um risco.
FOLHA DE SÃO PAULO