Dúvidas sobre agenda do governo elevam instabilidade no mercado, diz
economista:
Para Zeina Latif, desarticulação
política faz o Brasil sofrer mais com os efeitos da crise do coronavírus.
A economista Zeina Latif afirma que a
desarticulação política e a paralisação da agenda econômica no Brasil são
fatores que contribuem para que o país sofra mais com os efeitos da crise global do coronavírus nos mercados
financeiros.
Para ela, um crescimento maior da
economia neste ano será garantido pela queda recente dos juros, mas sem a
aprovação de reformas que ajudem na retomada do investimento, poderá haver nova
perda de fôlego do PIB (Produto Interno Bruto)
em 2021.
Como o Brasil pode se diferenciar
de outros países neste momento?
O que precisa é o governo, de forma geral, não só o Ministério
da Economia, mostrar qual a agenda. É o melhor antídoto para proteger o país da
volatilidade. Seria o grande antídoto para o Brasil evitar o contágio econômico
dessa crise global, que talvez tenha mais por vir.
Precisa ter clareza e foco nessa agenda. Não se trata de mandar
mais uma proposta para o Congresso.
É claro que todo mundo quer uma reforma
administrativa, mas não adianta mandar agora, já tem vários temas ali.
A
prioridade agora é a PEC Emergencial, para destravar o Orçamento, garantir o
cumprimento da regra do teto de gastos.
Não é mandar mais uma. Está
congestionando o Congresso, criando ruído.
FOLHA DE SÃO PAULO