De braços bem
cruzados
A chegada da reforma da Previdência ao Congresso
aumentou o passe de partidos de centro e centro-direita que estão alijados das
negociações com o Planalto. Na noite anterior à entrega da proposta, dirigentes
dessas legendas acordaram que, até que o governo abra os ouvidos ao Parlamento,
não há chance de a reforma avançar. Os mais insatisfeitos advogam que a Câmara
só comece a debater o texto depois de Jair Bolsonaro expor o projeto que vai
tratar da aposentadoria dos militares.
Operação tartaruga
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
acertou com líderes de algumas siglas que, até o Carnaval, a Casa só vai tratar
de projetos do Legislativo. A medida provisória que reestrutura a Esplanada nem
sequer será lida, para evitar o trancamento da pauta.
Operação tartaruga
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Maia também só
pretende definir os comandos das comissões depois do feriado. A montagem do colegiado
que vai analisar a nova Previdência está incluída neste
pacote.
Devagar com o
andor
Presidente do
PSDB, o ex-governador Geraldo Alckmin adotou tom cauteloso ao comentar a
reforma da Previdência. Ele diz que a sigla vai se debruçar sobre o texto e
debatê-lo com especialistas após o Carnaval, mas antecipou uma crítica.
Tenha dó
Alckmin considera
que é “desumano” fazer com que os idosos miseráveis só possam receber um
salário mínimo integral após os 70 anos. Pela proposta do governo, o pagamento,
via Benefício de Prestação Continuada, começa com R$
400.
Filho é teu
A reforma de
Bolsonaro vai receber uma enxurrada de emendas. Líderes da Câmara já articulam
mudar o texto e desobrigar estados e municípios de
adotarem as regras que forem aprovadas em Brasília. A equipe econômica atrelou
o funcionalismo estadual para envolver os governadores na articulação do
projeto.
Filho é teu
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A ideia é inserir
dispositivo que repasse a responsabilidade às assembleias. Deputados dizem que
não vão assumir também ônus que seriam dos legislativos locais.
Deu
Categorias até
aqui afeitas ao governo também reagiram. O líder da bancada da bala, Capitão
Augusto (PR-SP), diz que, inicialmente, policiais e bombeiros militares não se
sentem contemplados. “Já demos nossa cota de sacrifícios”.
Para a
próxima
Augusto reivindica
mudanças no texto da Previdência. Quer que as novas regras só valham para o que
ingressarem nas carreiras da segurança pública.
painel, jornal FSP